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Comerciantes do Rio falam sobre suas expectativas para a Black Friday (VÍDEO)

© Foto / Fernando Frazão/Agência BrasilMovimento no comércio de rua no Rio de Janeiro
Movimento no comércio de rua no Rio de Janeiro - Sputnik Brasil
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A Black Friday é celebrada hoje (27) e já se transformou em uma das grandes datas do comércio no Brasil. Neste ano de pandemia, será que ela terá um significado especial para o setor varejista? A Sputnik Brasil foi às ruas para saber.

A Black Friday é uma tradição importada dos Estados Unidos, que acontece no Brasil há pelo menos uma década, e vem se consolidando a cada ano como um dos principais dias do comércio varejista no país, com diversas promoções e descontos que costumam atrair muitos clientes.

Este ano, será que a Black Friday terá um significado especial para o comércio brasileiro, devido aos impactos da pandemia na economia nacional? A Sputnik Brasil foi às ruas do centro do Rio de Janeiro para conversar com os lojistas e saber qual é a expectativa do setor diante em um ano especialmente atípico.

A maioria dos comerciantes afirma que 2020 tem sido um ano bastante difícil, em especial para as chamadas lojas de rua, pois, com a diminuição da circulação de pessoas, principalmente no centro do Rio de Janeiro, muitos estabelecimentos não sobreviveram e fecharam as portas.

Para Rogério de Oliveira, que trabalha há 28 anos no comércio do Rio de Janeiro e atua no setor de vestuário, a Black Friday é um atrativo a mais para os clientes, pois os descontos servem para trazer mais pessoas às lojas, o que poderia atenuar um pouco as perdas que o setor varejista acumulou ao longo do ano.

Ele, no entanto, ressalta que as pessoas estão se segurando um pouco devido ao receio do que pode acontecer mais adiante, já que existe o temor de que uma segunda onda da pandemia leve a novos fechamentos. 

"É uma semana em que existe procura, mas também com essa situação de eleições, de fecha ou não fecha [o comércio por causa da pandemia], fica complicado. As pessoas estão se segurando para ver o que vai acontecer depois [do 2º turno] das eleições [municipais, que acontecem no próximo domingo, 29]", afirmou. 

Marcos Suliano, por sua vez, trabalha em uma loja especializada em equipamentos eletrônicos em um shopping de grande movimento no centro da cidade. Ele afirma que a expectativa para a Black Friday é boa, mas que o movimento, obviamente, está mais fraco do que em anos anteriores devido à pandemia. 

"Em relação a outros anos, ele [o movimento] caiu um pouco, mas a expectativa é boa, o pessoal está começando a frequentar mais o shopping em um horário específico para evitar um pouco esse problema da pandemia", disse. 

O comerciante acrescentou que, no ramo em que trabalha, a Internet permitiu que as lojas sobrevivessem à pandemia, pois o comércio virtual teve grande procura durante a pandemia, o que possibilitou que o seu estabelecimento seguisse funcionando e conseguisse minimizar as perdas. 

"As compras na Internet aumentaram muito, e é o que tem sustentado um pouco mais [a loja] pela falta de circulação de pessoas", comentou. 
© Foto / Fernando Frazão/Agência BrasilComércio de rua no Rio de Janeiro
Comerciantes do Rio falam sobre suas expectativas para a Black Friday (VÍDEO) - Sputnik Brasil
Comércio de rua no Rio de Janeiro

O comércio virtual, no entanto, não é a melhor opção para outros setores, como o de calçados, por exemplo, no qual as compras presenciais ainda tem um peso importante. Marcone Clementino é gerente há 22 anos de uma loja de sapatos em uma galeria na avenida Rio Branco, e disse que nunca viu uma queda de movimento tão grande quanto a deste ano por causa da pandemia. 

"Não temos uma expectativa muito boa não. Com essa pandemia, não. Estamos fazendo a Black Friday, mas o movimento está muito fraco. O movimento caiu muito, mais de 60%, 70%, em relação ao ano passado", revelou o lojista. 

Para Marcone, as expectativas são as piores possíveis, pois ele não vê sinais de melhora para o fim do ano, para as compras no período do Natal, com ou sem Black Friday.

"Com essa história de segunda onda, terceira onda [de COVID-19], a expectativa está muito baixa. Tanto que não fizemos compras [de estoque], vamos trabalhar com o que tem. Estamos trabalhando com o estoque antigo, que está muito cheio. A pandemia pegou a gente com o estoque cheio", contou o gerente da loja de calçados.   
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