Um grupo de diplomatas baseados na região informou a agência AFP sobre o ataque à cidade africana.
"Um míssil vindo de Tigré parece ter atingido o sul de Asmara", declarou um deles, salientando que nenhuma informação estava disponível sobre eventuais vítimas ou danos.
Outro diplomata declarou à agência que um segundo míssil teria alvejado um bairro da capital, mas este relato não pôde ser verificado.
A Frente Popular para a Libertação de Tigré (TPLF, na sigla em inglês), que detém o controle da região na fronteira com a Eritreia, já reivindicou neste mês outro ataque de mísseis contra o país vizinho, que caíram próximo ao aeroporto de Asmara.
Este segundo ataque, visando a Eritreia, gera o receio de uma potencial escalação do conflito à escala regional, enquanto a comunidade internacional se inquieta quanto às repercussões do conflito nos civis.
Lançada há três semanas, em 4 de novembro, a operação militar em Tigré entrou na sexta-feira (27) em sua "fase final", segundo o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed Ali, que ordenou ao Exército federal lançar uma ofensiva em Mekele, capital regional, onde se encontram os dirigentes da TPLF.
O mandatário pediu que os residentes de Mekele "desarmem", "fiquem em casa" e ajudem a prender os líderes rebeldes, anunciando que a data limite para a rendição já havia expirado. De acordo com Ahmed Ali, "a última porta de saída pacífica da junta do TPLF foi fechada por [sua] arrogância".
Nesta sexta-feira (27), em encontro com mediadores da União Africana (ex-presidentes da Libéria, Moçambique e África do Sul), o primeiro-ministro recusou os pedidos de diálogo com o grupo rebelde como "interferência" nos assuntos internos da Etiópia.