O novo coronavírus surgiu na Índia em julho ou agosto de 2019, e não em Wuhan, China, afirmam acadêmicos chineses em estudo publicado no portal de pré-impressão SSRN.
Segundo a pesquisa, planejada para ser publicada no jornal Lancet, na Índia houve uma onda de calor em maio e junho do ano passado, que levou a uma crise de fornecimento de água, que por sua vez trouxe um contato mais próximo entre humanos e animais selvagens, como macacos.
Como resultado disso tudo, a primeira transmissão de humano para humano na Índia ocorreu em julho ou agosto desse ano.
Os cientistas da Academia de Ciências da China também disseram que as más condições de higiene da Índia e o seu sistema de assistência médica "menos eficiente", bem como seu "clima tropical" e "população muito jovem" foram fatores que contribuíram para a propagação do vírus.
Em março, autoridades chinesas culparam os soldados americanos que visitaram Wuhan pelo surto do coronavírus, enquanto na semana passada a China apontou o dedo para a Itália depois que um estudo de Milão sugeriu que o vírus estava circulando localmente desde o ano passado.
Segundo uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (27) por Zhao Lijian, porta-voz chinês, o SARS-CoV-2 pode não ter originado na China.
"Embora a China tenha sido a primeira a relatar casos, isso não significa necessariamente que o vírus tenha tido origem na China", disse em resposta a uma pergunta sobre as acusações contra a Índia.
Apesar de a Organização Mundial da Saúde considerar o mercado atacadista de frutos do mar de Huanan, na cidade de Wuhan, o potencial epicentro do coronavírus, a agência especial da Organização das Nações Unidas ainda está investigando as origens da pandemia.