O alcance da dependência da economia mundial da China está ficando cada vez mais claro, apesar da guerra comercial com os EUA e da pandemia da COVID-19, que perturba a logística global, ressalta o jornal japonês Nikkei.
Segundo o jornal, a participação da China nas exportações mundiais segue aumentando e, inclusive, superando o nível anterior ao começo da guerra comercial com Washington em 2018.
Com isso, é cada vez maior o número de bens nos quais os chineses têm uma alta participação nos mercados de exportação.
Após analisar aproximadamente 3.800 produtos compilados pelo Centro de Comércio Internacional, o jornal japonês descobriu que em 2019 havia 320 artigos nos quais a China tinha uma participação superior a 50% nos mercados de exportação.
Em comparação, quando Pequim aderiu à Organização Mundial do Comércio em 2001, o número de artigos com essa porcentagem era apenas de 61.
O número de produtos em cujas exportações mundiais a China tem uma alta participação deixou de aumentar a partir de 2016, quando Donald Trump assumiu o cargo, com a consequente guerra comercial entre os dois países, porém a cifra aumentou novamente no ano passado.
O coronavírus e os confinamentos elevaram a demanda de componentes de cristal líquido utilizados em computadores e telefones inteligentes fabricados pela China, estimulando suas exportações, segundo o jornal.
A retomada do consumo na Europa e EUA ao longo de 2020 também beneficiou os produtos chineses, com estatísticas que mostram que as exportações do país asiático estão acima dos níveis anteriores, antes do início da guerra comercial com Washington.
Espera-se que a Associação Econômica Integral Regional, um acordo de livre comércio entre 15 países da Ásia e Oceania, impulsione ainda mais a presença da China na região e no comércio mundial.