Prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM) afirmou nesta segunda-feira (30) que, inicialmente, descarta adotar um lockdown na cidade. Segundo Paes, não seria eficaz pedir à população algo que as pessoas não cumpririam.
"A princípio eu descarto, sim, o lockdown [...]. Óbvio, [teremos] medidas de distanciamento social, utilização de máscaras, enfim, regras e, principalmente, tentar conversar com as pessoas. Não dá para a gente pedir para as pessoas aquilo que elas não vão fazer. Então, o lockdown parece uma medida extrema e desnecessária", disse Paes, em entrevista ao G1.
Na mesma entrevista, Paes afirmou também que, para combater a pandemia, o foco deve estar em desafogar o sistema público de saúde da capital fluminense.
"Inaceitável que as pessoas adoeçam e não tenham um leito disponível em um hospital público. Esse é o grande desafio, colocar a rede de saúde do município para funcionar para que a população possa ter o atendimento em caso de necessidade", disse o prefeito eleito.
O Brasil segue com aumento de casos de COVID-19: a média móvel no número de infecções está 21% maior em relação à de 14 dias atrás. No Rio, a espera por leitos de UTI na rede pública aumentou 140% em 2 semanas.
'Vamos trabalhar integrados', diz Paes sobre parceria com o governo federal
Eduardo Paes comentou também sobre como pretende se posicionar em relação ao governo Bolsonaro. Ainda que o presidente tenha manifestado apoio a Marcelo Crivella, adversário de Paes no segundo turno das eleições no Rio, o prefeito eleito deixou claro a intenção de trabalhar de forma integrada ao governo federal.
"Não tive apoio do presidente Bolsonaro. Ele apoiou a candidatura do Crivella, mas a eleição acabou ontem às cinco horas da tarde. Mas foi o que eu disse a campanha inteira, vamos trabalhar em parceria institucional com o governo federal. O presidente Bolsonaro é do Rio, você tem um monte de pessoas importantes em Brasília que são do Rio. O Rio precisa de ajuda neste momento, nós vamos trabalhar integrados o tempo todo, buscando as soluções para os problemas", afirmou Paes.
No discurso da vitória deste domingo (29), Paes disse que os brasileiros passaram os "últimos anos radicalizando a política brasileira", o que, segundo ele, "não fez bem a nenhum de nós cariocas e brasileiros".