França, Alemanha e Reino Unido declararam na segunda-feira (7) que ficaram alarmados com o anúncio iraniano de que o país pretende instalar centrífugas enriquecedoras de urânio avançadas adicionais e com a legislação que permite expandir seu programa nuclear, de acordo com a agência Reuters.
"Se o Irã leva a sério a preservação de espaço para a diplomacia, não deve aplicar estas medidas", diz a declaração conjunta das três potencias, que junto com a China e Rússia fazem parte do acordo nuclear com Teerã, o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).
O Irã pretende instalar mais três cascatas de centrífugas avançadas IR-2m em sua usina de enriquecimento em Natanz, que foi construída no subsolo, de acordo com o relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica obtido pela agência Reuters.
Conforme acordo nuclear JCPOA, Teerã pode usar apenas centrífugas de primeira geração IR-1 em Natanz, que refinam urânio mais devagar. São as únicas máquinas com que o Irã pode acumular reservas enriquecidas.
"Anúncio recente do Irã para a Agência Internacional de Energia Atômica sobre intenção de instalar três cascadas adicionais de centrífugas avançadas na Usina de Enriquecimento de Combustível em Natanz é contrário ao JCPOA e profundamente preocupante", segundo declararam as três potências sobre o relatório do órgão da ONU que ainda não foi tornado público, citado pela Reuters.
As potências também afirmaram que a nova lei que obriga o Irã a suspender inspeções da ONU em suas usinas nucleares e aumentar o enriquecimento além dos limites do acordo é incompatível com o acordo e os compromissos mais abrangentes de não proliferação do Irã.
Esta medida comprometeria os esforços comuns para preservar JCPOA e a oportunidade importante para o regresso à diplomacia com o novo governo dos EUA, declararam as potências europeias se referindo a Joe Biden.
"O regresso ao JCPOA também seria benéfico para o Irã", acrescentaram.
Quando os EUA saíram do acordo JCPOA em 2018, Teerã decidiu anular alguns de seus compromissos nucleares devido à imposição de sanções severas que danificaram a economia iraniana.