A produção de veículos apresentou um aumento de 0,7% ante outubro deste ano. O número de unidades fabricadas no país chegou a 238,2 mil, uma alta de 4,7% na comparação com novembro do ano passado.
Para Antônio Jorge Martins, coordenador na Fundação Getúlio Vargas dos Cursos de Média e Longa Duração da Área Automotiva, o aumento da produção em novembro pode ser parte de uma estratégia adotada por algumas empresas para compensar o número baixo de dias úteis em dezembro.
"Muitas das empresas, para fazer frente a um mês com pequenos dias úteis como é o mês de dezembro, aproveitaram novembro para fazer frente ao volume estimado para dezembro", explicou à Sputnik Brasil.
Ao contrário da produção, o relatório da Anfavea mostra que a demanda do mercado interno diminuiu 7,1%, em comparação com 2019. Foram 225.010 unidades, contra 242 mil. No ano, 1.814.470 automóveis foram emplacados.
"Na nossa percepção o que aconteceu majoritariamente com as empresas foi esse tipo de estratégia de procurar atender parte do volume previsto para o mês de dezembro corrente", disse.
No acumulado do ano até o fim de novembro, o volume de carros comerciais leves, caminhões e ônibus produzidos no país caiu 35% em comparação com 2019.
Antônio Jorge Martins explicou que entre os meses de março a maio o Brasil registrou basicamente uma "paralisação total" na fabricação de veículos, e, a partir de junho, a indústria automotiva começou a aumentar o volume de automóveis produzidos.
"O mercado caiu drasticamente e, de uma forma geral, o que pôde se verificar ao longo do ano de 2020 foi que a partir de junho houve o incremento paulatino do volume de produção e de vendas", afirmou.
Outra situação destacada por Antônio Jorge Martins é que algumas montadoras que possuem fábricas no Brasil têm tentado vender veículos para o mercado externo.
No entanto, para o especialista, o volume de veículos fabricados no Brasil que são exportados é "incipiente".
"Estrategicamente as montadoras buscaram o alcance dessa estratégia de exportação para os mais diversos países para fazer frente a dois grandes problemas que o Brasil sempre atravessa e que continuará acontecendo: os altos e baixos de sua economia e a desvalorização do real perante o dólar", completou.