A pesca de anchovas europeias nos mares Negro e de Azov diminuiu quase um terço neste ano. Segundo especialistas, isso ocorreu devido ao aumento do número de águas-vivas na região, que se alimentam dos alevinos desses peixes, informou o jornal Komsomolskaya Pravda.
"Tendo em conta o grande número de águas-vivas e o seu impacto na cadeia alimentar dos animais pescados, foi aprovada a necessidade de desenvolver métodos para a captura de águas-vivas, bem como o seu processamento e venda para a China", anunciou o serviço de imprensa da Agência Federal de Pesca da Rússia, citado pela mídia.
O número de águas-vivas aumentou não apenas nos mares Negro e de Azov, mas em todo o mundo, garante Sergei Ivanov, biólogo da Universidade Federal da Crimeia. O especialista acredita que isso se deva ao aquecimento global e à contaminação da água com elementos orgânicos.
"Antes de pescar águas-vivas, é preciso envolver os cientistas. Em geral, apoio a ideia de serem pescadas. Porque com uma grande multiplicação de águas-vivas, os alevinos de anchova são destruídos e isso não é bom", argumenta Ivanov.
Iguarias na China
A iniciativa de pescar águas-vivas não é necessariamente nova na Rússia. No Extremo Oriente russo, por exemplo, a atividade já é regulamentada há anos. Os cnidários são exportados para a China, onde as águas-vivas são conhecidas como "carne de vidro" e são consideradas uma verdadeira iguaria.
Duas espécies de água-viva são consideradas comestíveis: Aurélia e Rhopilema. As águas-vivas Aurélia são bastante comuns nas águas do mar Negro.
Para o consumo, os chineses costumam separar os braços orais das águas-vivas, eliminando os órgãos internos e o muco, mantendo apenas a parte superior. O cnidário costuma ser hidratado antes de ser usado na preparação de muitos pratos, como sopas e saladas. As águas-vivas também podem ser usadas na produção de biscoitos ou mesmo bebidas.