William Barr, procurador-geral dos EUA e chefe do Departamento de Justiça norte-americano, deixará oficialmente seu cargo na quarta-feira (23).
A intenção de Barr de deixar o cargo foi anunciada em meados de dezembro pelo presidente Donald Trump, que notou um "bom relacionamento" com ele e o elogiou por seu trabalho. O alto funcionário dos EUA expressou seu desejo de se demitir em uma carta posteriormente publicada e dirigida ao chefe de Estado.
Barr tomou posse em 15 de fevereiro de 2019 e tem defendido Trump em numerosas investigações envolvendo o presidente.
O antigo membro da administração Trump se encarregou de interpretar as conclusões do relatório de Robert Mueller, promotor especial dos EUA, sobre uma possível obstrução de Justiça por parte do presidente norte-americano, afirmando que não houve nenhuma.
Seu gabinete apoiou as exigências do presidente para introduzir emendas à Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, para combater a possível censura das redes sociais, e fez suas próprias propostas de mudanças.
Barr também discordou das conclusões sobre questões-chave da alegada interferência russa nas eleições presidenciais do país em 2016 por parte de Michael Horowitz, inspetor-geral do Departamento de Justiça dos EUA.
Em particular, ele não concordou que o Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) tivesse informações suficientes para justificar o lançamento de sua investigação sobre membros do pessoal da campanha eleitoral de Trump, o que culminou na vigilância deles.
O juiz federal também fez uma promessa de que o Departamento de Justiça não permitiria tentativas de processos criminais contra nenhum dos candidatos presidenciais durante a campanha eleitoral de 2020, embora isso se aplicasse igualmente ao democrata Joe Biden.
Apesar de tudo, William Barr disse que seu gabinete não encontrou irregularidades eleitorais maciças que pudessem lançar dúvidas sobre a vitória de Biden nas eleições presidenciais deste ano. O procurador-geral apontou então que os promotores federais e funcionários do FBI investigaram as queixas relacionadas com o caso.
O advogado Jeff Rosen chefiará agora interinamente o Departamento de Justiça dos EUA.