A imunidade coletiva é um cálculo utilizado por epidemiologistas e infectologistas para determinar a porcentagem de uma população que precisa receber as doses de uma vacina, ou contrair uma doença, para que todos os indivíduos fiquem protegidos.
Em entrevista para o jornal The New York Times publicada nesta quinta-feira (24), data em que Fauci completou 80 anos, o cientista disse que era difícil fazer essa previsão e os próprios especialistas têm dúvidas sobre a questão.
"Precisamos de um pouco de humildade aqui. Nós realmente não sabemos qual é o número real. Eu acho que a faixa correta está em algum ponto entre 70% e 90%. Mas não vou dizer 90%", afirmou o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês).
Considerado um dos mais proeminentes epidemiologistas do mundo, Fauci recebeu na terça-feira (22) a primeira dose da vacina Moderna contra a COVID-19, em cerimônia transmitida pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês).
Um milhão de americanos já tomaram vacina
Até o momento mais de um milhão de norte-americanos tomaram a primeira dose da vacina, o que representa apenas 0,3% da população. A imunização foi iniciada nos EUA em 14 de dezembro.
Segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins, os EUA registram mais de 18,5 milhões de casos do coronavírus e aproximadamente 327 mil mortes.
Na quarta-feira (23), o país contabilizou mais de 3.000 mortes pelo segundo dia consecutivo.
Na entrevista, Fauci disse ainda que se sentia mais encorajado a revelar suas convicções sobre a pandemia após pesquisas mostrarem que os norte-americanos estão se mostrando menos céticos em relação às novas vacinas.
"Quando as pesquisas indicaram que apenas metade dos americanos tomariam a vacina, eu estava dizendo que a imunidade coletiva seria alcançada entre 70% a 75%", disse Fauci. "Mas, quando pesquisas mais recentes disseram que 60% ou mais aceitariam, pensei: 'Posso aumentar um pouco isso', e aí fui para 80%, 85%", acrescentou o cientista.