Segundo John Nkengasong, diretor do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), não se pode dizer com certeza se a mutação descoberta na Nigéria é mais infecciosa do que as cepas detectadas anteriormente. Além disso, o diretor disse que os estudos ainda estavam sendo realizados.
"Precisamos de mais tempo [...] Ainda é muito cedo", disse o dr. Nkengasong.
Ainda não está claro se a nova cepa será suscetível às vacinas já existentes contra a COVID-19, mas, até o momento, não há nenhum indício de que não seja. A nova variante do coronavírus foi detectada em amostras previamente coletadas no país africano nos dias 3 de agosto e 9 de outubro.
O CDC africano deve realizar uma reunião de emergência esta semana para tratar da mutação descoberta na Nigéria.
Os especialistas também planejam considerar o que fazer com outra variante do coronavírus encontrada anteriormente na África do Sul. Acredita-se que ela seja responsável pelo aumento recente de casos de COVID-19 no país.
A notícia sobre a descoberta da nova cepa na África do Sul surgiu na semana passada. A variante, intitulada 501.V2, é considerada mais transmissível que a descoberta anteriormente no Reino Unido, segundo o secretário de Saúde britânico.
O ministro da Saúde da África do Sul, Zweli Mkhize, revelou que o coronavírus, impulsionado por uma nova cepa, agora está se espalhando "exponencialmente" no país. Ele observou que as restrições existentes devem ser revistas agora para conter "essa taxa alarmante de propagação".
We have convened this public briefing today to announce that a variant of the SARS-COV-2 Virus- currently termed 501.V2 Variant has been identified by our genomics scientists here in South Africa.#SARSCOV2MediaBriefing
— Dr Zweli Mkhize (@DrZweliMkhize) December 18, 2020
Reunimos este briefing público hoje [24] para anunciar que uma variante do vírus SARS-COV-2, atualmente denominada variante 501.V2, foi identificada por nossos cientistas genômicos aqui na África do Sul.
"Infelizmente, a COVID-19 é implacável e, portanto, não podemos nos dar ao luxo de sermos complacentes neste estágio", disse Mkhize, ao mencionar que existe uma chance de a nova cepa ser mais letal do que o vírus original.
Assim como a variante britânica, não se pode sugerir que as vacinas contra a COVID-19 seriam ineficazes quando se trata da mutação sul-africana.
Alemanha, Reino Unido, Suíça, Israel e outros países suspenderam todos os voos vindos da África do Sul após o anúncio da detecção do vírus. Medidas semelhantes haviam sido introduzidas anteriormente contra o Reino Unido, que anunciou na semana passada ter descoberto a cepa VUI-202012/01, a variante com uma taxa de transmissão potencialmente mais alta que o vírus original.