Descoberto novo método para medir eletricidade das células responsáveis pela batida do coração

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Por décadas, não foi possível medir as diferenças de voltagem entre as organelas (estruturas envoltas por membrana dentro da célula), agora, cientistas desenvolveram um nanodispositivo que relata o potencial elétrico das membranas.

A eletricidade é um ingrediente importante para o pleno funcionamento do nosso organismo. As diferenças de voltagem são essenciais nos sistemas biológicos, como exemplo, são elas as responsáveis pelas batidas do coração e também permitem que os neurônios se comuniquem uns com os outros. Porém, por falta de ferramentas adequadas, o papel potencial das membranas na maioria das organelas intracelulares permanecia inexplorado, mas só até agora.

Cientistas da Universidade de Chicago (EUA) desenvolveram uma tecnologia pioneira nomeada de Voltair, que corresponde a um nanodispositivo de DNA fluorescente que relata o potencial absoluto da membrana, e pode ser direcionado para organelas em células vivas. O dispositivo funciona como um voltímetro, medindo a diferença de tensão de duas áreas diferentes dentro de uma célula. O estudo foi publicado na Nature Nanotechnology.

"Os cientistas notaram há muito tempo que os corantes carregados usados ​​para tingir as células ficavam presos nas mitocôndrias, mas pouco trabalho foi feito para investigar o potencial de membrana de outras organelas em células vivas" explicou Anand Saminathan, aluno de graduação da Universidade e um dos autores do artigo.

Nas membranas dos neurônios, existem proteínas chamadas canais iônicos que atuam como portas de entrada para os íons carregados entrarem e saírem da célula, esses canais são essenciais para a comunicação dos neurônios. Pesquisas anteriores mostraram que as organelas têm canais iônicos semelhantes, mas não se tinha a certeza de quais funções elas desempenhavam e como funcionava sua eletricidade.

A tecnologia de Voltair oferece uma nova forma para pesquisadores em muitos outros campos responderem a perguntas que eles nunca foram capazes de responder, até mesmo no universo das plantas.

"Achamos que o potencial da membrana em organelas poderia desempenhar um papel maior, talvez até ajude as organelas a se comunicarem", disse a professora Yamuna Krishnan, especialista em dispositivos moleculares baseados em ácido nucléico.

Segundo Saminathan, "este novo desenvolvimento vai pelo menos iniciar conversas e pode até inspirar um novo campo de pesquisa".

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