O governo do estado de São Paulo deverá divulgar os dados de eficácia da CoronaVac obtidos em testes conduzidos pelo Instituto Butantan até o dia 7 de janeiro. As informações foram publicadas nesta sexta-feira (25) pelo G1, que teve contato tanto com o governo de São Paulo como com o Instituto Butantan.
Os resultados da eficácia da CoronaVac já tiveram a divulgação adiada duas vezes. A previsão inicial era de que a eficácia viesse a público no dia 15 de dezembro.
O segundo prazo, dia 23 de dezembro, também não foi cumprido: segundo o governo de São Paulo, a Sinovac, laboratório chinês que criou a vacina, pediu o sigilo dos dados. O motivo seria o desejo de unificar e equalizar os dados do Butantan com os estudos conduzidos em outros países, como Turquia e Indonésia.
A Turquia, no entanto, divulgou os dados dos testes realizados no país no dia seguinte: segundo pesquisadores turcos, a CoronaVac apresentou 91,25% de eficácia nos testes da fase três.
Logo após a divulgação dos dados pela Turquia, o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que a CoronaVac não chegou a 90% de eficácia, segundo os dados do Instituto Butantan. Segundo Gorinchteyn, considerando a técnica usada no desenvolvimento da vacina, não havia expectativa de chegar a esse percentual.
"Mas o que nós não imaginávamos é que a empresa [Sinovac] queria, e objetivava, uma unicidade, um resultado muito próximo em todos os países, e não somente em um ou outro país", disse o secretário.
Gorinchteyn não explicou, no entanto, como a Turquia, usando a mesma vacina, obteve o percentual de 91,25%.
Com a divulgação feita pela Turquia, a Sinovac é a primeira fabricante chinesa de vacinas a ter dados da fase três publicados. As vacinas da Pfizer (95%), da Moderna (94,5%), e da AstraZeneca (70%, podendo chegar a 90%), além da Sputnik V (92%), tiveram a eficácia divulgada no mês passado.