O preço do ouro disparou no último dia de 2020, mostram dados comerciais, com os preços cotados gerais do metal precioso subindo mais de 20% este ano e apresentando um crescimento recorde na última década.
Às 08h28 de Moscou (02h28, no horário de Brasília) desta quinta-feira (31), os futuros de ouro dos EUA de fevereiro de 2021 na Bolsa de Valores Comex de Nova York estavam sendo negociados por US$ 1.893,75 (cerca de R$ 9.839,25) por onça troy.
De acordo com os dados de 2020, os preços cotados do ouro aumentaram 21,7% este ano, o maior aumento registrado desde 2011.
Em janeiro deste ano, o custo do metal precioso estava em torno de US$ 1.600 (R$ 8.311,34) a onça. De março a julho, as cotações subiram rapidamente na primeira onda da pandemia do novo coronavírus e, no início de agosto, o preço do ouro subiu para US$ 2.069,4 (R$ 10.749,68), um recorde histórico.
O metal precioso recebeu um impulso adicional, já que o Sistema de Reserva Federal (Fed, na sigla em inglês) dos EUA e o Banco da Inglaterra cortaram inesperadamente a taxa básica de juros duas vezes em março, resultando em uma desvalorização do dólar.
Queda 'vertiginosa' do dólar em 2021
O dólar e a inflação continuarão sendo os principais fatores que impulsionam a dinâmica dos preços do ouro no futuro, afirma Stephen Innes, estrategista-chefe de mercados globais da AxiCorp.
"O dólar vai se enfraquecer de forma bastante vertiginosa até o primeiro trimestre, oferecendo ao ouro uma clara corrida para se sair bem no próximo ano", disse o analista, citado pela agência Reuters.
"O ouro continuará a ser um dos melhores beneficiários da fraqueza do dólar, então espere ver um novo teste acima de US$ 2.000 [R$ 10.389] nas próximas semanas", garante Hussein Sayed, estrategista-chefe de mercado da corretora FXTM.
A corretora de commodities Anna Stablum, do grupo Marex Spectron, ecoou à agência Reuters o coro otimista de previsões, dizendo que: "Veremos um aumento geral dos preços dos metais, pelo menos na primeira metade do ano [de 2021]. O dinheiro ainda está escorrendo pela economia global".