Julian Assange, fundador do WikiLeaks, não será extraditado para os EUA e o Departamento de Justiça norte-americano expressou sua decepção com a decisão da juíza Vanessa Baraitser, do Tribunal de Londres, Reino Unido.
"Embora estejamos extremamente desapontados com a decisão final do tribunal, estamos gratos que os EUA prevaleceram em todos os pontos da lei levantados. Em particular, o tribunal rejeitou todos os argumentos do sr. Assange sobre motivação política, ofensa política, julgamento justo e liberdade de expressão", lê-se na nota divulgada nesta segunda-feira (4) e reproduzida pela agência Reuters.
O tribunal britânico negou o pedido norte-americano alegando que o fundador do WikiLeaks não pode ser extraditado devido aos riscos a vida e saúde dele. A juíza Vanessa Baraitser aceitou que Assange provavelmente seria submetido a altos níveis de isolamento, bem como a medidas administrativas especiais antes e depois do julgamento nos EUA que afetariam seriamente sua saúde mental.
"O último argumento da defesa está ligado à saúde de Assange, e após analisar sua saúde e as conclusões de psiquiatras [...]. Considerei que as medidas administrativas especiais podem ser aplicadas contra ele nos EUA, envolvendo um sério isolamento. Isto pode afetar negativamente sua saúde psicológica", afirmou Baraitser também nesta segunda-feira (4).
De acordo com os advogados de Assange, o caso do fundador do WikiLeaks ainda se estenderá por anos, podendo ser levado ao Supremo Tribunal britânico ou Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Desta forma, o atual veredito seria apenas a primeira parte do processo. O Departamento de Justiça dos EUA, por sua vez, afirmou que o país seguirá buscando a extradição de Assange.