Por meio do Twitter, Araújo disse que o governo brasileiro "reitera seu reconhecimento à Assembleia Nacional legitimamente eleita em 2015".
No dia 6 de dezembro, foram realizadas eleições parlamentares na Venezuela para compor o novo Congresso, para mandato de 2021 até 2025, que foi iniciado nesta terça-feira (5).
As legendas de oposição, alegando fraudes, boicotaram o pleito, vencido pelo partido do presidente Nicolás Maduro.
Ante a pretensão de Nicolás Maduro de instalar uma nova “assembleia” com base na farsa eleitoral de dezembro último, o governo brasileiro reitera seu reconhecimento à Assembleia Nacional legitimamente eleita em 2015 e seu compromisso com as forças democráticas da Venezuela. pic.twitter.com/YcMoF3XcVA
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) January 5, 2021
Em resposta, também pelo Twitter, o chanceler venezuelano, em português, conclamou Araújo a atuar "como um verdadeiro ministro". "Basta de terraplanismo", afirmou a autoridade venezuelana.
Além disso, Arreaza pediu para o diplomata brasileiro citar qual artigo da Constituição da Venezuela impediria a posse da nova Assembleia Nacional.
Sr. @ernestofaraujo, qual é o artigo da Constituição da República Bolivariana da Venezuela em que o senhor baseia tal afirmação anti-legal? Não minta. Aja como ministro das Relações Exteriores. Chega de tanto terraplanismo!. https://t.co/h3OA2G1QBa
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) January 5, 2021
Em três mensagens publicadas no Twitter sobre a questão, Araújo se colocou contra a posse dos novos parlamentares, defendendo a continuidade da antiga Assembleia, dominada pela oposição.
Além disso, Araújo afirmou que o Brasil continuaria "trabalhando com a atual legislatura e com Juan Guaidó na qualidade de presidente encarregado, visando a que em breve sejam realizadas eleições presidenciais e parlamentares livres e transparentes para colocar fim à usurpação de Maduro e seu conluio com o crime organizado".
O partido chavista obteve 256 das 277 cadeiras da nova Assembleia. A participação popular no pleito foi de 30%. O início do novo mandato colocou fim a cinco anos de gestão de maioria opositora na Casa, período marcado por conflitos entre o órgão e outros poderes.
Além disso, decisão de 2016 do Tribunal Supremo de Justiça deixou sem efeitos as ações legislativas da então Assembleia Nacional.