Cada ano o Ministério da Defesa da Rússia encomenda milhares de unidades de equipamentos militares, assim como investe no desenvolvimento e aperfeiçoamento de armamentos.
Pensando em suas capacidades futuras, a Rússia testa tais tecnologias, sendo algumas delas sem análogos no mundo.
Nova frota aérea
Para substituir seus caças interceptadores supersônicos MiG-31, a Rússia conta com o projeto de um sistema aéreo interceptador de grande alcance, cujos trabalhos de desenvolvimento se iniciaram ainda em 2017.
Os engenheiros russos sugerem diferentes tipos de aeronaves, enquanto até o momento já se sabe que o avião escolhido será mais rápido, mais manobrável e com capacidades de ataque mais potentes.
O desenvolvimento da aeronave deverá levar pelo menos dez anos, quando os MiG-31 já tiverem seu ciclo de vida útil completado.
Munido com os equipamentos eletrônicos mais modernos, a aeronave terá a maior parte de suas tarefas executadas por inteligência artificial. Seu poder de fogo será maior, mas seu peso deverá ser menor.
Para sua maior eficácia em combate, a aeronave também será menos detectável a radares devido ao uso de materiais compostos.
Mais um avião do futuro será um sistema aéreo que substituirá os bombardeiros estratégicos Tu-95 e Tu-160 e os de longo alcance Tu-22M3.
O primeiro protótipo experimental do motor para a nova aeronave já está sendo montado, ao passo que outros são testados.
A aeronave terá um formado de asa e será furtiva. Sua duração máxima de voo será de 30 horas e ela poderá percorrer dezenas de milhares de quilômetros. Embora não se saiba se o avião será supersônico ou subsônico, é certo que ele será munido dos mais avançados sistemas automáticos e eletrônicos.
Também se espera que as aeronaves não tripuladas do futuro deverão ser incorporadas à Força Aeroespacial da Rússia antes das tripuladas.
Como exemplo temos o drone S-70 Okhotnik, que já executou alguns voos, inclusive no papel de caça-interceptador.
Nesse voo, o drone operou em articulação com um caça de quinta geração Su-57. Em 2021 serão lançados os primeiros mísseis contra alvos aéreos, e as entregas do Okhotnik aos militares se realizarão em 2024.
Poderoso Poseidon
Uma das armas mais esperadas para a Marinha russa é o drone submarino Poseidon.
O armamento já causa preocupações no Pentágono, ao passo que poderá tornar inútil a defesa antimíssil dos EUA.
Uma vez transportado até determinada área marítima, o Poseidon sai de seu submarino e inicia navegação autônoma.
Com propulsão nuclear, seu alcance é ilimitado e pode navegar até mil metros de profundidade. Sua trajetória é totalmente imprevisível e a velocidade supera a dos submarinos.
A carga explosiva do Poseidon pode ser tanto nuclear, de 100 quilotons, como convencional.
Outro projeto extremamente promissor da Marinha russa é o submarino nuclear de quinta geração Khaski. Sua principal tarefa é combater os submarinos estratégicos americanos da classe Ohio e Columbia, assim como forças-tarefa de porta-aviões.
O Khaski terá duas versões, uma munida com mísseis de cruzeiro antissubmarino Kalibr e outra com mísseis hipersônicos antinavio Tsirkon.
O início da construção do primeiro submarino da série é planejado para depois de 2025.
Mísseis intercontinentais hipersônicos
Quando o assunto é desenvolvimento de mísseis, a Rússia não fica para trás.
Atualmente estão em andamento os trabalhos do míssil intercontinental pesado RS-28 Sarmat, o qual substituirá o sistema de mísseis intercontinentais mais poderoso do mundo, o R-36M2 Voevoda.
Os testes de voo serão iniciados em breve, enquanto o armamento deverá entrar em serviço já no ano que vem.
A principal peculiaridade do Sarmat está em sua capacidade de lançar um ataque tanto pelo Polo Norte como pelo Polo Sul. Seu alcance é de 18 mil quilômetros.
O míssil de 200 toneladas pode lançar em outro continente 15 ogivas de 750 quilotons cada de uma vez só. Além disso, o armamento também poderá ser munido com o novíssimo bloco hipersônico Avangard. É válido lembrar que o sistema Avangard já está em serviço na Rússia desde 2019.
Outro sistema de ataque promissor é o Burevestnik. Este míssil de cruzeiro de baixa altitude de propulsão nuclear é capaz de contornar as defesas antimísseis.
Já a defesa antiaérea russa contará com o sistema S-500 Prometei. Seu raio de ação será de 600 km e ele pode abater tanto aeronaves como mísseis, sendo capaz de interceptar alvos presentes no espaço.
O sistema pode destruir simultaneamente dezenas de alvos que voem com velocidades de até 7 km/s.
A defesa antiaérea russa também será reforçada com o sistema a laser Peresvet, capaz de inutilizar satélites, drones, mísseis, aviões e helicópteros, o qual já entrou em serviço experimental ainda em 2018.
Além dele, outros sistemas a laser de combate contra drones são desenvolvidos na Rússia.