Conforme o especialista, a entrada em serviço destes sistemas no Exército da Rússia será uma resposta à implantação na Europa de mísseis de médio e curto alcance dos EUA.
O Exército da União Soviética tinha tais sistemas em seu arsenal – o trem soviético armado com míssil balístico intercontinental RT-23 Molodets, denominado na classificação da OTAN de SS-24 Scalpel (Escalpelo) devido a sua "precisão cirúrgica".
Até 1991 no território da URSS foram implantadas três divisões dos referidos sistemas ferroviários. Segundo Leonkov, os americanos temiam muito estas armas.
"Entre milhares de trens que circulavam pelo vasto território da Rússia era difícil identificar um sistema de mísseis com ogivas nucleares mesmo para o equipamento mais avançado de satélites espiões", disse Leonkov.
O surgimento de "trens nucleares" foi uma espécie de choque para o Pentágono, porque era praticamente impossível saber qual dos trens que se deslocavam pelo maior país do mundo devia ser alvo de um ataque preventivo, escreve jornal Moskovskiy Komsomolets.
A fim de ter o mínimo controle da movimentação dos trens, os EUA eram forçados a manter permanentemente um agrupamento de 18 satélites sobre a União Soviética. No entanto, isso não dava garantias de detecção eficaz de Molodets.
A versão moderna do trem soviético foi denominada de Barguzin. O sistema de mísseis começou a ser desenvolvido em 2012, quatro anos mais tarde o projeto passou por testes, porém, depois disso os trabalhos foram suspensos.
Graças a novas tecnologias, Barguzin recebeu novos mísseis mais leves RS-24, utilizados nos sistemas Yars, cujo alcance de 11 mil quilômetros aumenta significativamente a eficiência de combate do armamento.
Em caso de ameaça de guerra nuclear, os trens com mísseis nucleares são colocados em rotas de patrulhamento, fundindo-se com o fluxo de outros trens.