O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta sexta-feira (8) que Teerã não tem urgência para que os EUA voltem ao acordo nuclear de 2015, o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), mas insistiu que as sanções devem ser suspensas imediatamente.
"Não estamos insistindo nem com pressa para que os EUA voltem ao negócio", garantiu Khamenei em discurso transmitido pela televisão iraniana e reproduzido pela agência Reuters.
Quanto às sanções, o líder supremo do Irã disse que ser interrompidas de imediato: "nossa demanda […] é o levantamento das sanções. Essas sanções brutais devem ser levantadas imediatamente", acrescentou.
Enriquecimento de urânio
As declarações do aiatolá Ali Khamenei sobre o acordo nuclear ocorrem dias após o Irã ter retomado o enriquecimento de urânio a 20% em sua instalação nuclear subterrânea de Fordow. Uma lei aprovada em dezembro de 2020 autoriza a produção anual de, pelo menos, 120 quilos de urânio enriquecido a 20%, muito acima dos valores estabelecidos pelo acordo nuclear.
A medida iraniana corresponde a mais uma "violação" do JCPOA, isto é, o acordo internacional sobre a eliminação das reservas iranianas de urânio enriquecido, que fixava o limite máximo para enriquecimento de urânio em 3,67%. Os EUA saíram unilateralmente do acordo em 2018 e, um ano depois, Teerã extrapolou o limite, deixando o nível de enriquecimento estável em 4,5% desde então.
Teerã garante que pode reverter rapidamente as violações que têm cometido se as sanções dos EUA forem removidas. O presidente eleito dos EUA, o democrata Joe Biden, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, disse que os EUA voltarão ao acordo "se o Irã retomar o cumprimento estrito" do pacto.