Na sexta-feira (8), o ex-secretário William J. Perry, publicou uma coluna no jornal Politico refletindo se o controle pessoal do arsenal nuclear de uma nação é uma responsabilidade grande demais para recair apenas sobre o presidente do país.
O artigo nomeado de "Trump ainda tem seu dedo sobre o botão nuclear. Isso deve mudar" foi baseado nas palavras de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA e uma das democratas de perfil mais elevado.
Após a invasão do Capitólio por partidários do ainda presidente Donald Trump, ocorrida em 6 de janeiro, Pelosi disse que um "presidente desequilibrado" como Trump deve ser privado do acesso aos códigos de lançamento.
No entanto, Perry avança em sua abordagem e lança uma pergunta de maior alcance. "Realmente acreditamos que qualquer presidente deveria ter o poder divino para realizar a destruição global em um instante?", pergunta o ex-secretário.
O ex-chefe do Pentágono considera que "essa autoridade sem controle" é "antidemocrática, obsoleta, desnecessária e extremadamente perigosa", por isso, não deveria recair sobre nenhuma pessoa, não apenas sobre Donald Trump, mas ninguém no mundo deve ter o "poder unilateral para acabar com a nossa civilização".
Embora em menos de duas semanas a presidência passe para as mãos do democrata Joe Biden, considerado pelo autor como "um presidente muito mais fiável" comparado ao atual presidente norte-americano, isso não garante que os Estados Unidos não terão outro líder "tão desqualificado e desequilibrado como Trump", advertiu Perry.
Em sua opinião, quando Biden tomar posse, deveria compartilhar a autoridade sobre o uso de armas nucleares com um "grupo seleto" de congressistas e aderir ao princípio de "não usar primeiro".
Em seguida, a nova administração deveria livrar-se dos mísseis balísticos terrestres, já que as armas submarinas são suficientes para garantir a dissuasão nuclear, destacou Perry.
"Em 20 de janeiro, se tudo correr bem, a nação e mundo poderão dar um grande suspiro de alívio [...]. Dependerá de Biden o aposento da maleta nuclear e a garantia de que nunca mais voltaremos a confiar a mais poderosa máquina assassina já criada em um só humano fiável", disse o ex-secretário de Defesa.