O comunicado do Banco Central da Rússia sobre a gestão de ativos em ouro e moedas foi divulgada com um atraso de seis meses e reflete a composição da carteira do Banco Central em meados de 2020.
Em 30 de junho do ano passado, 22,9% dos ativos do Banco da Rússia estavam fixados em ouro. Em termos monetários, isso representa US$ 128,5 bilhões (aproximadamente R$ 684 bilhões) de um total de US$ 561,1 bilhões (R$ 2,9 trilhões). 22,2% dos ativos eram em dólares norte-americanos, o que equivale a US$ 124,6 bilhões (R$ 663,3 bilhões).
Em comparação com o relatório, que refletia dados no final de março de 2020, a participação do ouro nas reservas russas aumentou de 20,8% para 22,9%, enquanto a participação do dólar caiu de 23,7% para 22,2%.
Investir em euros, yuans e ouro
Até março de 2018, o Banco da Rússia tinha entre 43% e 48% de seus ativos em dólares. Todavia, após o endurecimento das sanções dos EUA contra cidadãos russos, o banco optou por aumentar suas reservas de euros e yuans chineses.
Se no início de 2018 a Rússia detinha títulos do governo dos EUA no valor de cerca de US$ 100 bilhões (R$ 532,2 bilhões), em outubro de 2020 eram apenas US$ 6 bilhões (R$ 31,9 bilhões).
Paralelamente, o Banco da Rússia aumentou a participação do ouro em suas reservas. Entre 2016 e 2018, o metal precioso oscilou na faixa de 15% a 17% e em dezembro de 2020 atingiu quase 23%, o que equivale a US$ 133,7 bilhões (R$ 711,6 bilhões).
Ao mesmo tempo, desde abril de 2020 que o Banco da Rússia não compra mais ouro. As reservas permanecem no patamar de 73,9 milhões de onças troy, mas o valor do metal precioso nesse período aumentou 12%. Em 2020, os preços do ouro subiram quase 25%, o melhor resultado desde 2010.
A maior parte dos ativos cambiais do Banco da Rússia está em euros: 29,5% em meados de 2020. O yuan representa 12,2%, a libra esterlina e o iene japonês representam 5,9% e 3,9% dos ativos do Banco Central, respectivamente.