O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, afirmou que em 2022 o país poderá ter acesso, pela primeira vez, a 100% da energia que lhe corresponde da Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo e que atende também o Brasil.
"Pela primeira vez na história, no final do ano que vem teremos capacidade de usar 100% da energia que nos corresponde de Itaipu", afirmou Betíntez em discurso durante inauguração de hospital em Villa Hayes, no centro do país.
Atualmente está sendo construída uma subestação na região de Yguazú para estender uma linha de transmissão direita de Itaipu. É essa subestação que permitirá ao Paraguai retirar 100% da energia da barragem.
O presidente aproveitou para responder às críticas da oposição sobre o assunto. "Muitas vezes ouvimos grandes discursos falando de soberania energética, mas esses trabalhos têm que ser feitos por nós […] [e] nunca foi feito, tivemos belos discursos, mas não tínhamos capacidade de retirar 100% do que corresponde ao Paraguai", disse Benítez.
Pedidos de impeachment
Ricardo Canese, da oposição de esquerda Frente Guasu, afirmou na quarta-feira (13) que o governo de Benítez não tem uma política clara quanto à Itaipu e exigiu que o presidente defenda a soberania do país, noticiou o jornal Ultima Hora.
Frente Guasu pediu a todos os setores políticos com representação legislativa que promovessem o impeachment de Benítez, argumentando que seu governo está salpicado de vários escândalos de corrupção.
Em 2019, o presidente paraguaio enfrentou pedidos de impeachment por causa de um acordo fracassado com o Brasil sobre como os dois países usariam a eletricidade gerada por Itaipu, localizada no rio Paraná, na fronteira entre as duas nações, nos próximos três anos.
Após os detalhes do acordo terem sido divulgados, em julho daquele ano, desencadeou-se uma onda de renúncias e o negócio foi anulado a pedido do Paraguai.