Nesta terça-feira (12), Robert O'Brien, assessor de Segurança Nacional dos EUA anunciou a publicação do documento intitulado "Quadro Estratégico dos Estados Unidos para o Indo-Pacífico".
O documento aprovado em fevereiro de 2018 pelo presidente Donald Trump forneceu "orientação estratégica abrangente" para ações dos EUA nos últimos três anos e foi divulgado para mostrar o compromisso de Washington em "manter a região Indo-Pacífico livre e aberta durante muito tempo para o futuro", afirmou O’Brien em um comunicado, escreve agência Bloomberg.
"Pequim está pressionando cada vez mais as nações do Indo-Pacífico para subordinarem sua liberdade e soberania a um 'destino comum' imaginado pelo Partido Comunista da China", ressaltou.
"A abordagem dos EUA é diferente. Procuramos assegurar que os nossos aliados e parceiros, ou seja, todos os que compartilham os valores e as aspirações de um Indo-Pacífico livre e aberto, possam preservar e proteger a sua soberania", disse o assessor de Segurança Nacional dos EUA.
O documento apresenta uma visão para a região na qual a Coreia do Norte já não apresenta uma ameaça, a Índia tem um papel predominante no sul da Ásia e os EUA, por sua vez, trabalham com parceiros em todo o mundo para resistir às atividades chinesas de minar a soberania através de coerção.
O relatório parte do princípio que a China tomaria medidas "cada vez mais assertivas" para obrigar a unificação com Taiwan, advertindo que sua posição dominante em tecnologias de ponta tais como a inteligência artificial (IA) "representará desafios profundos para as sociedades livres".
Pequim, por sua vez, disse que o relatório teria "sensacionalizado a teoria da 'ameaça da China'" e mostrou que os EUA "foram contra o seu próprio compromisso na questão de Taiwan".
"O conteúdo demonstra apenas os motivos malignos dos EUA para conter a China e sabotar a paz e as estabilidades regionais", afirmou na quarta-feira (13) Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
"Temos de assegurar que a região da Ásia-Pacífico é um palco para a China e EUA reforçarem a cooperação mutuamente benéfica. Ela [a região] não deve se tornar arena onde se desenrola um jogo de soma zero", reforçou o diplomata chinês.
Embora o momento da divulgação do documento aconteça apenas uma semana antes do presidente eleito Joe Biden tomar posse, sua divulgação levanta uma série de questões sobre o motivo pelo qual as ações do governo Trump para conter a China na Ásia contaram com apoio bipartidário.
Os funcionários da equipe de Joe Biden têm se referido sobre a necessidade de trabalhar mais vezes com aliados e parceiros contra a China, isso também constituí uma parte fundamental da estratégia, em especial, no reforço dos laços de segurança com a Austrália, Japão e a Índia.