Maduro não hesitou ao se despedir do presidente norte-americano durante um discurso na Assembleia Nacional da Venezuela na terça-feira (12), tendo acusado os Estados Unidos de realizarem um "ataque multifacetado" para perturbar todos os aspectos da economia da Venezuela, desde a produção de petróleo até a importação de bens essenciais, desde 2013.
O presidente da Venezuela observou que, em 2020, Washington levou seu ataque à nação venezuelana ao extremo, referindo-se à recompensa de US$ 15 milhões (aproximadamente R$ 79,5 bilhões) prometidos pelo governo norte-americano em troca de informações que levassem ao seu aprisionamento sob acusações de "narcoterrorismo", em março.
"2020 foi o ano em que o governo de partida de Donald Trump, de forma desavergonhada, ilegal, desumana e criminosa, deu um preço pela minha cabeça", declarou o líder venezuelano. "Esta cabecinha vale US$ 15 milhões. É muito [ou] é pouco?"
Maduro justificou seu tratamento com o governo dos EUA como "mais um exemplo" de exibição dos comportamentos "extremistas" dos "cowboys do Ku Klux Klan da Casa Branca".
#Maduro calls #Trump administration "Ku Klux Klan cowboys of the #WhiteHouse" pic.twitter.com/fWpXqlZ9Th
— Ruptly (@Ruptly) January 13, 2021
Maduro chama administração Trump de "cowboys do Ku Klux Klan da Casa Branca".
O governo Trump assumiu desde o início do mandato uma postura de linha-dura contra Maduro, apoiando abertamente o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, que, por sua vez, se declarou "presidente interino" no início de 2019.
As tensões entre Washington e Caracas atingiram novos parâmetros em maio do ano passado, quando militares venezuelanos encontraram e enfrentaram um esquadrão de indivíduos armados que tentavam se infiltrar no país sul-americano. Vários deles foram mortos e mais de uma dúzia foi capturada, incluindo dois ex-boinas-verdes das Forças Especiais do Exército dos EUA. Os mercenários capturados revelaram posteriormente o objetivo da missão fracassada: sequestrar Maduro e levá-lo para os EUA.
Contudo, o futuro governo de Joe Biden parece estar se preparando para uma abordagem mais diplomática nas relações com a Venezuela.
Na verdade, Biden teria se recusado a atender ligações de Guaidó, e sugerido o cancelamento de algumas sanções, qualificando tal ação uma espécie de pedido a Maduro para realizações de "eleições livres e justas" na Venezuela.