A publicação de 12 de janeiro do Ministério da Saúde brasileiro incentiva os cidadãos a irem aos hospitais pedirem o chamado "tratamento precoce" contra a COVID-19, que inclui um coquetel de medicamentos sem comprovação científica contra a doença. Entre as drogas do coquetel está a Hidroxicloroquina, amplamente defendida pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Para combater a Covid-19, a orientação é não esperar. Quanto mais cedo começar o tratamento, maiores as chances de recuperação. Então, fique atento! Ao apresentar sintomas da Covid-19, #NãoEspere, procure uma Unidade de Saúde e solicite o tratamento precoce. pic.twitter.com/vU3SvfSuve
— Ministério da Saúde (@minsaude) January 13, 2021
Na sexta-feira (15), uma publicação do presidente Jair Bolsonaro também recebeu o mesmo tipo de alerta após defender a ideia não comprovada de tratamento precoce.
- Estudos clínicos demonstram que o tratamento precoce da Covid, com antimaláricos, podem reduzir a progressão da doença, prevenir a hospitalização e estão associados à redução da mortalidade. @alexandregarcia https://t.co/k3efrlNIPQ pic.twitter.com/URPVnsHMIt
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 15, 2021
Colapso no Amazonas
O revés na rede social vem em meio à explosão da crise sanitária no estado do Amazonas, que desde a quinta-feira (14) comove brasileiros devido às cenas de desespero na região após o colapso do sistema de saúde local. Com o fim de estoques de oxigênio e a explosão dos casos da doença, o governo do estado decretou o fechamento do comércio e um toque de recolher.
A falta de vagas e de insumos em hospitais criou a necessidade de transferência de pacientes de COVID-19 do Amazonas para diversos estados brasileiros. Entre os pacientes sob risco de ficarem sem oxigênio estão 60 bebês prematuros.
Com o colapso do sistema de saúde local, o Amazonas registrou na sexta-feira (15) um de seus maiores números de mortes diárias desde o início da crise sanitária, com 113 óbitos, segundo os dados do consórcio dos veículos de imprensa. Na quinta-feira (14), o estado teve 3.816 casos da doença registrados, o pior resultado desde o começo da pandemia.
No Brasil inteiro, conforme os dados da Universidade Johns Hopkins, mais de 8,3 milhões de casos de COVID-19 foram confirmados até o momento, além de 208.246 mortes causadas pela doença.