Zarif disse que se os EUA voltassem a aderir ao acordo cuidadosamente negociado, "da mesma forma o Irã voltaria a cumprir integralmente nossos compromissos no âmbito do acordo nuclear", disse. No entanto, o chefe da diplomacia iraniana alertou que "se Washington, em vez disso, insistir em arrancar concessões, então esta oportunidade será perdida".
"Desde maio de 2019, o Irã aumentou significativamente suas capacidades nucleares, mas o fez em plena conformidade com o parágrafo 36 do acordo nuclear, que permite ao Irã 'deixar de cumprir seus compromissos' no âmbito do acordo, caso outro signatário deixe de executar sua parte", escreveu Zarif em um artigo de opinião publicado na revista Foreign Affairs.
Chanceler do Irã afirma ainda que é essencial que a administração Biden "reúna em Washington a vontade política genuína para demonstrar que os EUA estão prontos para serem um parceiro real em esforços coletivos".
De acordo com o responsável oficial, as medidas necessárias para salvar o papel dos EUA como signatário do acordo de 2015 incluem "retirar incondicionalmente" todas as sanções impostas pelo governo Trump e aquelas que foram reimpostas quando o ex-presidente dos EUA Donald Trump se retirou do Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês) em 2018 depois alegar que os termos do acordo foram violados e que o tratado foi fatalmente quebrado.
Em 4 de janeiro de 2021, Teerã anunciou que aumentaria o enriquecimento de urânio para 20%, nível anterior à assinatura do JCPOA, o qual fixava o percentual máximo deste indicador em 3,67%.
Em 2018, os EUA saíram unilateralmente do acordo nuclear, voltando a impor sanções ao Irã, às quais este último respondeu abandonando gradualmente seus próprios compromissos estipulados no acordo.