O Ministério da Defesa de Espanha aceitou no sábado (23) a demissão de Miguel Ángel Villarroya do cargo de chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, após este ter tentado saltar as regras estabelecidas pelo Ministério da Saúde nacional para a vacinação contra o novo coronavírus, informa o jornal Cinco Días.
Em carta dirigida à ministra da Defesa, Margarita Robles, o general assegurou que as suas decisões "nunca tiveram a intenção de tirar proveito de privilégios injustificáveis".
Segundo a Defesa, a vacinação do chefe do Estado-Maior foi realizada "no cumprimento de suas funções, de acordo com protocolos estabelecidos e com o único propósito de preservar a integridade, continuidade e eficácia da cadeia operacional das Forças Armadas".
No entanto, o ministério reconhece que estas decisões estão "deteriorando a imagem pública" das Forças Armadas da Espanha e pondo em questão a "honradez do general Villarroya".
A ministra tinha solicitado explicações a Villarroya depois que na sexta-feira (22) se soube que ele recebeu uma vacina contra a COVID-19 junto com outros oficiais militares de alto escalão.
Espanha tem assistido a uma controvérsia em que vieram à tona muitos casos de vários funcionários públicos, especialmente políticos, que saltaram a fila para serem imunizados antes dos grupos prioritários.
A Espanha ainda está na primeira fase de seu plano de vacinação, que prevê que as doses disponíveis sejam utilizadas para idosos vivendo em instituições, trabalhadores de saúde da linha de frente e pessoas idosas altamente dependentes.
O número de novas infeções do SARS-CoV-2 em Espanha tem aumentado desde o fim de dezembro, registrando cerca de 2,5 milhões de casos no total e mais de 55.000 mortes, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, EUA.