Mortes por fraturas ósseas eram comuns na Idade Média, segundo o jornal The Guardian.
A pesquisa da dra. Jenna Dittmar, da Universidade de Cambridge, Reino Unido, e autora principal do estudo publicado na revista American Journal of Physical Anthropology, analisou em um cemitério paroquial, um convento e um hospital da vila britânica de Cambridge ossos de 314 pessoas com pelo menos 12 anos de idade, entre os anos de 1100 e 1530.
Ferimentos graves nos ossos eram um tema comum, apesar de os cientistas ficarem surpreendidos pela falta de mortes provocadas por ferimentos de armas, devido à frequência de guerras na época. No entanto, a equipe notou os restos de um frade, que apesar de ter sobrevivido, parece ter sido atacado por bandidos, com sinais de ter sido atingido na cabeça com um objeto contundente.
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Após estudar os três locais, foi descoberto que 44% dos mortos enterrados no cemitério paroquial apresentavam fraturas nos ossos, uma ocorrência maior do que a do hospital.
"As pessoas que foram enterradas no cemitério paroquial de Todos os Santos teriam levado vidas realmente duras", com trabalhos manuais, desde agricultura até construção, explica a cientista à mídia.
Por sua vez, os membros do convento teriam uma vida clerical ou seriam benfeitores ricos, razão pela qual a porcentagem de mortos com ossos partidos baixava para 32%. Um deles tinha um pescoço e pernas quebrados, sugerindo que pode ter sido atropelado por uma carroça, com ferimentos semelhantes às vítimas de atropelamentos por carros hoje, diz Dittmar.
"Achamos que é seguro dizer que ele provavelmente morreu como resultado de qualquer tipo grave de acidente no qual ele tenha estado envolvido."
A autora principal da pesquisa expressou surpresa por o hospital ter a menor taxa de morte, que ficou em 27%. Um dos homens escavados parece ter fraturado seu joelho em uma queda.
"As pessoas presumiriam que um hospital é um lugar onde indivíduos doentes, pobres ou doentes frequentariam, e você esperaria que eles tivessem mais fraturas, o que acabou não sendo o caso", disse Dittmar, referindo que isso seria explicado devido ao foco no cuidado pastoral.
Ferimentos nos ossos eram mais comuns entre os homens, 40% dos quais tiveram esse destino, mas 26% das mulheres também o sofreram, com uma delas quebrando seu maxilar, que se curou, mas também teve outros ferimentos como ter partido as costelas e quebrado um pé.
"A vida medieval era difícil para todos", comentou Jenna Dittmar.