Veículos de mídia chineses, incluindo a Televisão Central da China (CCTV, na sigla em inglês) e o jornal Global Times, criticaram as discrepâncias e padrão duplo na cobertura dos efeitos das vacinas contra o coronavírus nas notícias ocidentais, condenando especificamente a falta de relevância em reportar de maneira ampla e oportuna questões que, presumivelmente, perseguem a vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela Pfizer (EUA) e BioNTech (Alemanha).
Em um caso concreto, cerca de 23 idosos morreram na Noruega após receberem a vacina da Pfizer, embora não se saiba se a culpa das mortes foi, de fato, da vacina.
Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Noruega estão trabalhando para determinar se a injeção da Pfizer causou as mortes, descartando-a em, pelo menos, 13 casos até agora, veículos de comunicação chineses criticaram o Ocidente por não relatar adequadamente as questões em torno deste medicamento. Contudo, os mesmos veículos de comunicações ocidentais, que deixam a desejar na cobertura da vacina da Pfizer, não perderam tempo em divulgar a notícia de que a vacina chinesa CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac, havia mostrado eficácia abaixo do esperado em testes clínicos realizados no Brasil, segundo o Global Times.
O imunizante chinês demonstrou eficácia de mais de 90% nas duas primeiras etapas de testes conduzidos na China. A terceira fase de testes conduzidos no exterior, mais especificamente no Brasil, no entanto, produziu resultados controversos, uma vez que a CoronaVac, baseada em coronavírus inativados, mostrou uma eficácia de 50% a 78%, segundo a agência Reuters.
"Padrão duplo tem se tornado politicamente correto para eles [ocidentais]. Eles não são mais objetivos em termos de competição com a China. Atacar a China é o objetivo desesperado deles", declarou o Global Times.
O jornal chinês prosseguiu sugerindo que os supostos problemas da vacina da Pfizer podem decorrer do fato de esta ser baseada em uma tecnologia de mRNA, que nunca havia sido utilizada antes em vacinas humanas.
No entanto, o Global Times enfatizou que os países ocidentais, em grande parte, não têm outra escolha senão usar as vacinas disponíveis, incluindo a da Pfizer/BioNTech, para prosseguirem com a vacinação em massa.