Conforme conta a agência Bloomberg, os Estados Unidos estão tentando apreender um petroleiro que acreditam estar transportando petróleo iraniano, em violação das sanções econômicas relacionadas às exportações de petróleo iranianas.
Citando "pessoas familiarizadas com o assunto", a agência norte-americana relatou, na terça-feira (26), que a grande embarcação transportadora de petróleo bruto Achilleas, de bandeira liberiana, teria sido denunciada pelo seu proprietário grego sob suspeita de ter adquirido petróleo bruto iraniano. Uma ordem para apreender a carga foi emitida poucas horas antes de o presidente dos EUA, Joe Biden, tomar posse em 20 de janeiro.
Segundo o relatório, o Achilleas está totalmente carregado com dois milhões de barris – a quantidade de petróleo que o Irã produz em um dia inteiro – que foram retirados de outro navio em Fujeira, nos Emirados Árabes Unidos, em novembro de 2020.
O navio estaria programado para se deslocar a Muscat, em Omã, mas teria desligado o sistema de rastreamento de 1° a 13 de janeiro, quando se encontrava na costa da África do Sul. O petroleiro pode estar agora em algum lugar no Atlântico Sul.
Depois que o governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, se retirou unilateralmente do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) em 2018, impôs sanções econômicas à República Islâmica com o objetivo de reduzir por completo as exportações iranianas de petróleo.
Após um grupo de petroleiros iranianos ter escapado de um bloqueio americano semelhante nos arredores da Venezuela para entregar o combustível, Washington intensificou seus esforços de interdição, começando a apreender navios suspeitos de transportar petróleo iraniano ou com a intenção de entregar produtos refinados de petróleo para a Venezuela.
Cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo apreendido foi vendido pelos EUA por mais de US$ 40 milhões (cerca de R$ 216,6 milhões) em outubro de 2020, proveniente de dois outros navios-tanque que, assim como o Achilleas, são propriedade grega, mas com bandeira liberiana, de acordo com o artigo.
Biden e as autoridades de Teerã indicaram vontade de retornar ao acordo nuclear, que reduziria as sanções econômicas em troca de limites rígidos sobre a quantidade e qualidade do urânio que o Irã poderia refinar.
A produção de petróleo da nação persa caiu pela metade desde 2018, e as sanções dos EUA influenciaram negativamente a capacidade iraniana de adquirir determinados produtos, tais como a aquisição de medicamentos para lutar contra a pandemia da COVID-19, apesar da administração Trump ter, supostamente, garantido que as sanções não afetariam tamanhas questões-chave relacionadas à Saúde.