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Ex-presidente Dilma afirma que a democracia brasileira está 'totalmente corroída'

© Folhapress / FotoarenaA ex-presidente Dilma Rousseff durante o Congresso Nacional do PT.
A ex-presidente Dilma Rousseff durante o Congresso Nacional do PT. - Sputnik Brasil
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A ex-presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (29) que acredita que a democracia brasileira está "totalmente corroída", durante a sua exposição no fórum promovido pelo Grupo de Puebla.

"A democracia brasileira está totalmente corroída", disse a ex-presidente petista durante a sua participação na quinta reunião do fórum político e acadêmico, intitulada a "América Latina Mudou" e transmitida ao vivo na Internet, na qual fez questão de frisar que isso não acontece por causa do presidente "neofascista" Jair Bolsonaro, pois ela o considera um "produto dessa corrosão".

Na opinião da ex-mandatária brasileira, o ponto de partida de toda a degradação da democracia no Brasil está na adoção do "lawfare", que ela classifica como a "manipulação da Justiça" para destruir e interditar os adversários políticos, em referência à condenação judicial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e no que ela chama de "golpe", o processo de impeachment que a removeu do poder em 2016.

© Lula Marques/AGPTJulgamento do impeachment de Dilma Rousseff
Ex-presidente Dilma afirma que a democracia brasileira está 'totalmente corroída' - Sputnik Brasil
Julgamento do impeachment de Dilma Rousseff

Dilma também pediu a seus colegas de reunião do Grupo de Puebla que corrigissem virtualmente o manifesto inicial que foi publicado no qual se fala de "golpes blandos" ("golpes suaves", em tradução livre do espanhol) na América Latina.

"O fato de o golpe não ser com os tanques nas ruas, com invasão de domicílios, com o fechamento do Congresso e com tortura explícita, não significa 'blandura' [suavidade] nenhuma", frisou a ex-presidente, ao enfatizar a injustiça de processos que encerraram o seu mandato e de outros presidentes da região, como Evo Morales (Bolívia) e Fernando Lugo (Paraguai).

Além disso, a ex-presidente brasileira aproveitou o seu pronunciamento para criticar as políticas do neoliberalismo implementadas na América Latina e a desigualdade no acesso às vacinas contra a COVID-19 no mundo, e para pedir maior interação da região com a China, e não apenas com a União Europeia (UE).

Está acontecendo o 5º encontro do Grupo de Puebla com líderes de América Latina e Espanha, no qual participam Luis Inácio Lula da Silva [Brasil], Ernesto Samper [Colômbia], Rodríguez Zapatero [Espanha], e Dilma Rousseff [Brasil], entre outras e outros, e no qual foi mencionada a perseguição política contra Efraín Alegre [Paraguai].

O Grupo de Puebla é um fórum político e acadêmico fundado em 2019 na cidade mexicana de Puebla e composto por representantes políticos de esquerda de mais de 15 países, entre os quais estão presidentes e ex-presidentes, cujo principal objetivo é articular ideias, modelos produtivos, programas de desenvolvimento e políticas de Estado progressistas.

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