A publicação, com base em dados do Centro de Análises Navais (CNA), escreve que o Exército da Polônia, que faz parte da OTAN, deve, em primeiro lugar, neutralizar os mísseis balísticos russos Iskander para impedir Moscou de travar uma "guerra nuclear limitada". O plano envolve ainda o bloqueio de Baltiysk, a destruição dos sistemas S-400 e a eliminação das tropas.
Para isso, propõe-se recorrer à experiência de destruição de mísseis R-17 (Scud B, na classificação da OTAN) durante a Guerra do Golfo.
Segundo o artigo, as forças da Aliança Atlântica são capazes de causar danos à infraestrutura do porto da cidade de Baltiysk e aos navios da Frota do Báltico lá estacionados.
Conforme o autor, o principal obstáculo para tomar a região de Kaliningrado, um enclave russo localizado entre a Polônia e a Lituânia, são os sistema de defesa antiaérea S-400.
Estes complexos cobrem a maior parte do espaço aéreo da Polônia e ameaçam qualquer apoio aéreo da OTAN. Por isso, estes sistemas devem ser destruídos. De acordo com o analista, a Força Aérea polonesa está trabalhando no problema, mas a solução "pode levar algum tempo".
Depois de neutralizar todos os obstáculos, a Aliança Atlântica deve "eliminar as tropas russas em Kaliningrado para proteger os Estados bálticos". O autor avança ainda que a rapidez e o elemento surpresa desempenham importante papel nesta operação.
O passo final para a "vitória decisiva" e "o alcance de objetivos estratégicos" será a destruição dos restantes elementos militares da Rússia na referida região. Não obstante o cenário descrito, o autor chega à conclusão de que, por enquanto, um conflito de grande escala na região de Kaliningrado é improvável.
Sinais de 'idiotice clínica'
Por sua vez, o especialista militar russo e editor-chefe da revista Arsenal Otechestva, Viktor Murakhovsky, disse em entrevista à Sputnik que o cenário divulgado na mídia (de ataque da OTAN contra a região de Kaliningrado) é uma "idiotice clínica".
Murakhovsky afirmou que organizações não governamentais inventam regularmente tais cenários.
"Ora é tomada de países bálticos pela Rússia, ou da região de Suwalki [zona estreita entre Kaliningrado e Bielorrússia], ora é o ataque de bombardeiros estratégicos dos EUA contra a Frota do Báltico. Na base [destes cenários] há sempre sinais de idiotice clínica. Os autores pensam que todas as outras Força Armadas da Rússia estarão ocupadas com outras coisas, talvez com a realização de desfiles militares", afirmou.
Recentemente, três bombardeiros estratégicos B-52 da Força Aérea dos EUA simularam ataques aéreos à região russa de Kaliningrado com mísseis de cruzeiro a partir do espaço aéreo europeu.