Após ter elegido um aliado para presidente do Senado, o parlamentar Rodrigo Pacheco, também nesta segunda-feira (1º), Jair Bolsonaro teve outra vitória: Arthur Lira é o novo presidente da Câmara dos Deputados.
Ele foi eleito em primeiro turno, com 302 votos. Vale lembrar que, dias antes da eleição, Bolsonaro disse que "se Deus quiser" Lira venceria.
Baleia Rossi (MDB-SP) obteve 145 apoios, enquanto Fabio Ramalho (MDB-MG) recebeu 21 votos. Em seguida, o placar indicou Luiza Erundina (PSOL-SP), com 16 votos; Marcel Van Hattem (Novo-RS), com 13 votos; André Janones (Avante-MG), com três votos; Kim Kataguiri (DEM-SP) e General Peternelli (PSL-SP), com um voto. Houve dois votos em branco.
Além do apoio do presidente da República, Lira conseguiu quase todos os votos da bancada ruralista. Na área econômica, o ministro Paulo Guedes também apostava na eleição de Lira para colocar sua pauta em votação e aprovar reformas, como a tributária e a administrativa. Ele e Rodrigo Maia tiveram atritos públicos por divergências nos projetos.
Segunda-feira (1º), o Brasil conhecerá o novo presidente da Câmara dos Deputados.
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) January 29, 2021
A Sputnik Brasil conversou com o cientista social da PUC-RJ, Ricardo Ismael, e alguns parlamentares, para entender como está este cenário.
O que, afinal, está em jogo?https://t.co/19qWxLnOqd
Quem é Arthur Lira
Arthur César Pereira de Lira, de 51 anos, é filho do ex-senador e atual prefeito de Barra de São Miguel (AL), Benedito de Lira (PP). Ele é advogado e tem negócios no meio rural.
Ele está em seu terceiro mandato na Câmara. Antes, foi vereador em Maceió de 1993 a 1999. Depois, deputado estadual. Arthur Lira já passou pelo PFL (hoje DEM), PSDB, PTB e PMN.
Ocupou postos importantes no Congresso, como a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara e da CMO (Comissão Mista de Orçamento). Também foi líder do Progressistas e do Centrão.
Ele prometeu que, se eleito, procuraria um acordo para instalar a CMO (Comissão Mista de Orçamento) e aprovar o Orçamento nas semanas seguintes. Também disse que a PEC Emergencial, que permite ao governo cortar gastos obrigatórios, e as reformas tributária e administrativa seriam votadas ainda no 1º semestre.
O agora ex-presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), chorou várias vezes em seu último discurso no cargo em uma fala conciliatória, chegando a pedir desculpas a Lira, falando que "as brigas passaram".