Para voltar ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), não bastará a assinatura do novo presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh.
"O retorno dos EUA ao acordo nuclear não acontecerá automaticamente, eles saíram com uma assinatura, mas não podem voltar novamente com uma assinatura. O mais importante é o levantamento das sanções", comentou Khatibzadeh durante coletiva, citado pela agência Bloomberg nesta segunda-feira (1º).
As observações de Khatibzadeh são um sinal para o governo do presidente dos EUA de que o Irã espera que Washington cancele as sanções junto com a restauração total da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), que substancia o acordo. O oficial afirmou que o país também rejeita a possibilidade de expandir o acordo nuclear.
Imbróglio nuclear
Em 2015 o Irã, China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia assinaram o JCPOA, estipulando o cancelamento das sanções internacionais aplicadas a Teerã em troca da redução do programa nuclear iraniano. O acordo foi consagrado na Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU.
Em 2018, os EUA saíram unilateralmente do acordo nuclear, voltando a impor sanções ao Irã, às quais este último respondeu abandonando gradualmente seus próprios compromissos estipulados no acordo.
Em 4 de janeiro de 2021, Teerã anunciou que aumentaria o enriquecimento de urânio para 20%, nível anterior à assinatura do JCPOA, que fixava o percentual máximo deste indicador em 3,67%.
Nesta segunda-feira (1º), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que o Irã poderia produzir "em semanas" material suficiente para a produção de uma arma por fissão nuclear caso continue a violar os termos do acordo nuclear.