Segundo as autoridades canadenses, o grupo representa uma ameaça ativa à segurança e desempenhou um "papel central" no ataque ao Capitólio dos EUA, que deixou cinco pessoas mortas.
Embora os Proud Boys nunca tenham orquestrado um ataque no Canadá, o ministro da Segurança Pública canadense, Bill Blair, disse que as forças de inteligência domésticas estão cada vez mais preocupadas com o grupo.
"Tem havido uma escalada de violência séria e preocupante – não apenas retórica, mas de atividade e planejamento – e é por isso que respondemos como fizemos hoje", disse Blair, em entrevista coletiva, sem dar mais detalhes, conforme noticiado pela Reuters.
Com a decisão, os ativos econômicos do grupo agora podem ser congelados por bancos e instituições financeiras, e é um crime para os canadenses cooperar conscientemente com uma entidade listada como terrorista. Qualquer pessoa pertencente ao grupo pode ser impedida de entrar no Canadá.
Além do Proud Boys, Ottawa acrescentou outros 12 grupos à sua lista de organizações terroristas: três grupos neonazistas, oito organizações descritas como afiliadas à Al Qaeda e ao Daesh (grupos considerados terroristas e proibidos também na Rússia e em vários outros países), e o Hizbul Mujahideen, um grupo da Caxemira.
Blair disse que as agências de inteligência canadenses vêm trabalhando há meses – e, em alguns casos, anos – para reunir as evidências necessárias para listar os grupos.
"O Canadá não tolerará atos de violência ideológicos, religiosos ou politicamente motivados", disse Blair.
O grupo Proud Boys foi fundado em 2016 pelo canadense-britânico Gavin McInnes, ativista de extrema-direita. O coletivo é formado por homens conservadores e favoráveis às políticas contra imigrantes.
As autoridades dos Estados Unidos acusaram os Proud Boys de terem conexão com o episódio de invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro em Washington.
Em novembro, durante uma manifestação do coletivo, uma mulher e três homens foram esfaqueados a poucos quarteirões da Casa Branca. Na ocasião, a ativista conservadora Bevelyn Beatty e o chefe dos Proud Boys, Enrique Tarrio, estavam envolvidos e sofreram ferimentos. Tarrio foi preso no dia 4 de janeiro, por queimar uma bandeira do movimento antirracista Black Lives Matter.