Confirmação do envio de bombardeiros dos EUA estremece Noruega pelas tensões russo-americanas

© Cortesia da Força Aérea dos EUA/Ethan WagnerUm bombardeiro B-1B Lancer com um míssil JASSM voou sobre a Base Aérea de Edwards, Califórnia
Um bombardeiro B-1B Lancer com um míssil JASSM voou sobre a Base Aérea de Edwards, Califórnia - Sputnik Brasil, 1920, 03.02.2021
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Vários partidos noruegueses advertiram que uma escalada da atividade dos EUA em solo norueguês não é do interesse da Noruega em meio a uma espiral negativa de tensões cada vez maiores entre os EUA e a Rússia

Bombardeiros americanos vão ser enviados à Base Aérea de Orland durante o mês de fevereiro. Tripulações de cerca de 200 pilotos já chegaram à base, enfatizaram as Forças Armadas norueguesas, finalmente confirmando relatos anteriores.

"Os aviões chegarão em fevereiro, dependendo de quanto tempo vai demorar para passar pelos preparativos para as tripulações, entre outras coisas em consideração ao controle de infecção e coronavírus", disse o chefe da 132ª Ala Aérea da Base Aérea de Orland, Oivind Gunnerud, à emissora norueguesa NRK.

Esta será a primeira vez na atualidade que bombardeiros americanos serão posicionados em uma base aérea norueguesa. A Força Aérea do país nórdico já atuou com bombardeiros americanos no espaço aéreo norueguês, mas apenas no ar. Os aviões agora ficarão estacionados em Orland por algum tempo.

"Os aviões ficarão um mês aqui, mas pode ser menos ou mais a depender de como for", disse Gunnerud.

Posicionamento inusitado

A Força Aérea norueguesa não revelou quantos bombardeiros chegarão. De acordo com a revista de aviação holandesa Scramble, serão quatro aeronaves B-1B Lancer, apoiadas por F-35 noruegueses. Embora Orland tenha vasta experiência em treinamento com os aliados, como aeronaves de vigilância AWACS da OTAN, normalmente estacionadas na Alemanha, Gunnerud confirmou ser inusitado haver aeronaves americanas estacionadas na base.

"Não é normal que eles venham aqui e operem a partir daqui", disse Gunnerud. O prefeito do município de Orland, Tom Myrvold, disse que a área tem visto a chegada sob duas perspectivas. Uma delas é o controle de infecção, em que o município admite dispor de boas práticas. No início deste ano, a Noruega cancelou o exercício militar internacional Joint Viking, que contaria com participação de 10 mil soldados, por medo de nova variante da COVID-19. O outro é o aspecto da segurança dos bombardeiros que estão chegando.

"Não há qualquer desconforto. Sentimo-nos bem informados e bem cuidados. Estamos acostumados a treinamentos com aliados na base aérea", disse Myrvold.

Partidos políticos demonstram preocupação e críticas

"A Esquerda Socialista é contra o posicionamento de bombardeiros americanos na Noruega. Mais atividade militar americana em bases norueguesas não é do interesse da Noruega. Isso é especialmente verdadeiro em um momento em que vivemos uma espiral negativa de tensões cada vez maiores entre os EUA e a Rússia", afirmou o líder do partido, Audun Lysbakken.

"Agora é hora de chamar uma pá de pá e um bombardeiro de bombardeiro. Esta é uma escalada da atividade americana em solo norueguês e é inaceitável se esconder atrás de palavras como treinamento conjunto e exercícios, o que faz com que pareça menos sério do que de fato é", disse o líder do Partido Vermelho, Bjornar Moxnes.
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