Os resultados do estudo foram publicados na revista Physical Review Letters.
Especialistas em spintrônica pretendem utilizar as caraterísticas dos spins eletrônicos de materiais a fim de desenvolver novas tecnologias de informação energoeficientes, nas quais para codificação e transmissão de dados sejam utilizados mágnons, que são quasipartículas.
Cientistas de Alemanha e Polônia, chefiados por Joachim Grafe do Instituto Max Planck para Sistemas Inteligentes (Alemanha), revelaram que, quando as ondas eletrônicas dos spins se condensam, elas formam um novo estado exótico da substância caracterizado por um desenho que se repete tanto no espaço como no tempo.
Tal como em cristais comuns a simetria do espaço é desordenada, o cristal espaço-temporal representa um sistema físico em mutação, no qual a simetria também é deslocada em relação ao tempo.
As estruturas desse tipo foram obtidas pela primeira vez em 2017 com utilização de radiação laser e de micro-ondas. Por sua parte, Grefe e seus colegas criaram um cristal espaço-temporal utilizando um campo de radiofrequência em uma cinta de níquel e ferro de dimensão micrométrica.
O campo excitou os mágnons, que formaram, em consequência, um padrão espacial dinâmico. Os autores comparam-no com a disposição de bolas na mesa de bilhar em caso de estas bolas sempre regressarem à posição coletiva inicial após se espalharem.
Tendo realizado vários experimentos com o cristal, os autores do estudo ressaltam que a possibilidade de reconfigurar facilmente o cristal espaço-temporal, em combinação com seu funcionamento à temperatura ambiente, torna este uma plataforma útil para tecnologias informáticas na base de mágnons.