Um novo estudo desenvolvido pelo Instituto para Busca de Inteligência Extraterrestre (SETI, na sigla em inglês) californiano mostra que o clima frio e seco de Marte poderia ser semelhante aos lagos subterrâneos na Antártica, podendo representar um potencial lar para vida no planeta em estudo, a escassos centímetros de sua superfície.
"Estou entusiasmada com a possibilidade [de existência] de água líquida em microescala em Marte, em ambientes perto da superfície onde o sal e o gelo estão presentes. Isto poderia revolucionar nossa perspectiva atual sobre a habitabilidade debaixo da superfície de Marte", segundo a líder do estudo, Janice Bishop, citada pelo tabloide Daily Star.
Os resultados do estudo são baseados em imagens capturadas pelo Orbitador de Reconhecimento de Marte da agência norte-americana espacial NASA, com a câmera HiRISE, que é o sistema de imagem mais poderoso já enviado a outro planeta.
As imagens mostram sequências de umidade aparecendo e desaparecendo com o tempo nas encostas voltadas para o Sol. Tracejados são criados na superfície marciana quando os sais se combinam com a água subterrânea, causando distúrbios visíveis, incluindo colapsos e deslizamentos de terra em movimento rápido, como pode ser atualmente observado em Marte.
Este clima peculiar tem sido comparado às condições observadas nos lagos subterrâneos da Antártica, onde camarões estranhos e "pepinos nadadores" prevalecem. Este mesmo fenômeno também foi observado em outros lugares de condições semelhantes na Terra, tais como o mar Morto em Israel, os vales secos da Antártica, e o deserto de Atacama no Chile.
De acordo a mídia britânica, estes resultados podem fornecer um novo alvo para a sonda Perseverance da NASA, que está programada para pousar no Planeta Vermelho em 18 de fevereiro.