Experimentos com ratos demonstraram que o novo composto permite reduzir a dose da vacina em dez vezes, com preservação do anterior nível de proteção. A descrição do composto elaborado é apresentada na revista Science Advances.
O novo adjuvante AMP-CpG, desenvolvido pelos especialistas da empresa norte-americana ElicioTherapeutics, transporta o antígeno da vacina diretamente aos nódulos linfáticos onde se produzem os anticorpos. Isso aumenta consideravelmente a eficácia das vacinas em comparação à variante padrão, quando o componente da vacina apenas "vaga" na corrente sanguínea até "tropeçar" nas células imunológicas necessárias.
Inicialmente, o adjuvante AMP-CpG era desenvolvido para vacinas anticancerígenas, mas os autores provaram que ele pode ser utilizado com sucesso também nas vacinas contra o SARS-CoV-2 que contêm o domínio ligado ao receptor da proteína de espícula do vírus (Spike RBD).
Os resultados de testes em ratos mostraram que, após imunização dos animais com vacina contendo AMP-CpG, sua resposta imune de antígeno específico de células T foi 25 vezes mais alta que a dos ratos que foram inoculados com o mesmo antígeno na vacina, mas com o adjuvante padrão.
Passados 35 dias da imunização, os pesquisadores avaliaram a imunidade de células T, isto é, a imunidade específica, em leucócitos do baço, células dos tecidos e líquido dos pulmões dos animais. Os ratos que receberam a vacina com o novo adjuvante tiveram uma resposta de anticorpos e de células T consideravelmente maior, em comparação com os ratos do grupo de controle, inoculados com a vacina padrão.
Além do mais, nos ratos que receberam o adjuvante AMP-CpG as respostas imunes se mantiveram mesmo com a redução da dose do antígeno Spike RBD em dez vezes. Segundo a opinião dos desenvolvedores, a adição do adjuvante AMP-CpG permitirá diminuir consideravelmente a dose das vacinas contra o coronavírus, o que permitirá vacinar muito mais pessoas em todo o mundo.