Cientistas militares russos propuseram uma nova aplicação em combate da Força Aeroespacial da Rússia, que proporcionaria proteção garantida contra um possível ataque da OTAN, revela uma revista especializada russa publicada pelo Centro de Pesquisa e Treinamento Militar da Força Aérea da Rússia.
A OTAN e os EUA desenvolveram um conceito de operações de combate simultâneas em terra, no mar, no ar, no espaço e no ciberespaço. Esse conceito militar dos EUA inclui um ataque aéreo maciço integrado para desativar em poucas horas as forças nucleares inimigas, as unidades mais preparadas para o combate, postos de comando e comunicação, usinas elétricas e outras infraestruturas vitais.
Vladlen Stuchinsky, doutorado em Ciências Militares, e Mikhail Korolkov, candidato em Ciências Militares, observaram em seu artigo que, em caso de tais ataques, a OTAN atacaria o inimigo simultaneamente com mísseis hipersônicos, táticos operacionais e de cruzeiro, usaria drones de ataque e depois a aviação tripulada, a qual quase não sofreria perdas nas operações.
Nesse caso, Stuchinsky e Korolkov sugerem o lançamento de um contra-ataque ou ataque preventivo com a Força Aeroespacial da Rússia, usando todos os meios em um único espaço de reconhecimento e ataque, o que resultaria em danos incomportáveis para o inimigo logo durante o início da agressão.
"Durante a fase inicial da 'operação multiesferas' é necessário o uso coordenado da aviação com veículos aéreos não tripulados, mísseis de diferentes propósitos, meios de guerra eletrônica [e] armas baseadas em novos princípios físicos no âmbito da criação de um sistema de agrupamento de tropas para reconhecimento e ataque", diz a publicação.
Dada a natureza defensiva da doutrina militar russa, os autores consideram a ação preventiva o princípio mais importante para bloquear uma eventual agressão. O fracasso de um ataque integrado da OTAN logo desde o início levaria a liderança do bloco militar a descartar sua continuação, sublinham os autores do estudo.
Nos últimos anos, a Rússia tem expressado repetidamente a preocupação com a atividade sem precedentes da OTAN perto de suas fronteiras ocidentais, que a aliança justifica como tentativa de "contenção da agressão russa". Moscou salienta que a Rússia não representa nenhuma ameaça para ninguém, mas não ignorará ações potencialmente perigosas para seus interesses.