Mais de 250 tumbas com restos humanos datadas do início do século IV d.C. foram descobertas dentro da antiga necrópole romana de Santa Rosa, local que hoje é a Cidade do Vaticano, segundo o The Jerusalem Post.
A descoberta inclui uma variedade surpreendente de tumbas, lápides, retratos funerários e belos sarcófagos esculpidos com os nomes dos sepultados, bem como tubos de libação nivelados e objetos de sepultura ainda presentes na tumba, permitindo aos arqueólogos estudarem os costumes funerários romanos do século I ao século III d.C..
"Os sepultamentos não apenas lançam luz sobre a transição das práticas funerárias […] como também expressam as esperanças e superstições dos falecidos numa época em que os romanos deixaram de acreditar nos deuses olímpicos, e assim, ficaram sem saber [como] confiar sua expectativa de uma vida após a morte [relativa] a novas filosofias ou velhas superstições", disse Giandomenico Spinola, diretor do departamento de arte grega e romana do Museu do Vaticano, citado pela mídia.
O cemitério recém-escavado fornece percepções intrigantes e inesperadas sobre a vida daqueles que estavam fora da elite romana.
Naquela época, existia a perspectiva de movimento econômico, e quando as pessoas das classes mais baixas, como ex-escravos, enriqueceram, procuravam comemorar seu sucesso construindo um túmulo ou lápide que servisse como um lembrete visual de sua ascensão. Como exemplo, a lápide encontrada abaixo que pertenceu a um escravo com nome de Grathus.
Outro exemplo é o sepulcro do servo de Nero, Alcimus, que realizou trabalhos de manutenção no teatro de Pompeo em Roma.
A junção de sepultamentos de pessoas comuns e da elite, permite ao cemitério da necrópole de Santa Rosa ser uma importante relíquia para a compreensão da sociedade romana.
"Esse é um dos cemitérios mais bem preservados do mundo romano. Contém aqui um tesouro sobre a vida naquela época. Podemos encontrar sepultamentos de homens comuns como carteiros, padeiros, ferreiros, fabricantes de fontes, embaixadores e membros de uma equipe de cocheiros que competiram no circo", disse Leonardo Di Blasi, codiretor da necrópole de Santa Rosa, citado pela mídia.
Di Blasi adiciona que "o local continuará a fornecer informações valiosas sobre a sociedade romana".