Reino Unido não alinha com EUA na questão do Iêmen e mantém vendas de armas à Arábia Saudita

© REUTERS / Khaled AbdullahGaroto segura rifle durante ato do movimento houthi na capital do Iêmen, Sanaa, 30 de agosto de 2020 (foto de arquivo)
Garoto segura rifle durante ato do movimento houthi na capital do Iêmen, Sanaa, 30 de agosto de 2020 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 09.02.2021
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Reino Unido não vai seguir os EUA e continuará a vender armamento para a Arábia Saudita sob "critérios estritos de licenciamento".

Nesta segunda-feira (8), o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, disse que está ciente sobre a resolução dos EUA de suspender a venda de armas para a ofensiva liderada pelos sauditas no Iêmen, mas afirmou que o Reino Unido toma as suas próprias decisões no que diz respeito à venda de armamentos, segundo o portal The Guardian.

"As decisões que os EUA tomam em questões de venda de armas são decisões dos EUA. O Reino Unido leva muito a sério as suas próprias responsabilidades de exportação de armas e continuamos a avaliar todas as licenças de acordo com critérios de licenciamento estritos", disse o ministro citado pela mídia.

Cleverly também afirma que toda a negociação é feita "com grande cuidado para garantir que não aconteça qualquer violação do direito humanitário".

No dia 4 de fevereiro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a suspensão de venda de armas para Arábia Saudita dando fim ao apoio norte-americano às operações na guerra do Iêmen. Segundo o presidente, "essa guerra deve acabar".

Existe uma pressão para que Londres faça o mesmo que Washington sob pena de ficar isolado, pois representaria o primeiro rompimento com a administração Biden e apontaria uma dificuldade em abrir uma brecha com os países do Conselho de Cooperação do Golfo representados por Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait, segundo a mídia.

Lisa Nandy, secretária paralela de Estado para Relações Exteriores e da Comunidade, disse que o Ministério das Relações Exteriores havia prometido que os direitos humanos eram seu objetivo principal, mas que o Ministério falhou no primeiro teste ao decidir continuar com o comércio. A secretária também comentou sobre o fato do país ficar isolado.

"O comércio de armas e o apoio técnico do Reino Unido sustentam a guerra no Iêmen[...]. A decisão dos EUA sobre a venda de armas deixa o Reino Unido perigosamente fora de sintonia com nossos aliados e cada vez mais isolado", disse Nandy citada pela mídia.

O Reino Unido já havia suspendido vendas de armas para Arábia Saudita em resposta a uma ordem judicial em junho de 2019, mas retomou as negociações no ano passado. Riad representou 40% do volume das exportações de armas do país entre 2010 e 2019.

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