Nesta segunda-feira (8), o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, disse que está ciente sobre a resolução dos EUA de suspender a venda de armas para a ofensiva liderada pelos sauditas no Iêmen, mas afirmou que o Reino Unido toma as suas próprias decisões no que diz respeito à venda de armamentos, segundo o portal The Guardian.
"As decisões que os EUA tomam em questões de venda de armas são decisões dos EUA. O Reino Unido leva muito a sério as suas próprias responsabilidades de exportação de armas e continuamos a avaliar todas as licenças de acordo com critérios de licenciamento estritos", disse o ministro citado pela mídia.
Cleverly também afirma que toda a negociação é feita "com grande cuidado para garantir que não aconteça qualquer violação do direito humanitário".
No dia 4 de fevereiro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a suspensão de venda de armas para Arábia Saudita dando fim ao apoio norte-americano às operações na guerra do Iêmen. Segundo o presidente, "essa guerra deve acabar".
Existe uma pressão para que Londres faça o mesmo que Washington sob pena de ficar isolado, pois representaria o primeiro rompimento com a administração Biden e apontaria uma dificuldade em abrir uma brecha com os países do Conselho de Cooperação do Golfo representados por Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait, segundo a mídia.
Lisa Nandy, secretária paralela de Estado para Relações Exteriores e da Comunidade, disse que o Ministério das Relações Exteriores havia prometido que os direitos humanos eram seu objetivo principal, mas que o Ministério falhou no primeiro teste ao decidir continuar com o comércio. A secretária também comentou sobre o fato do país ficar isolado.
"O comércio de armas e o apoio técnico do Reino Unido sustentam a guerra no Iêmen[...]. A decisão dos EUA sobre a venda de armas deixa o Reino Unido perigosamente fora de sintonia com nossos aliados e cada vez mais isolado", disse Nandy citada pela mídia.
O Reino Unido já havia suspendido vendas de armas para Arábia Saudita em resposta a uma ordem judicial em junho de 2019, mas retomou as negociações no ano passado. Riad representou 40% do volume das exportações de armas do país entre 2010 e 2019.