A Rússia e a China continuarão representando desafios para os EUA no Oriente Médio, disse na segunda-feira (8) o general Kenneth McKenzie, chefe do Comando Central dos EUA (USCENTCOM, na sigla em inglês), durante debate virtual no Instituto do Oriente Médio.
"Suspeito que a Rússia continuará desafiando a presença dos EUA [no Oriente Médio]", disse McKenzie.
O oficial militar também disse que a Rússia continuará perseguindo seus objetivos estratégicos maiores na região, incluindo o reforço de seu status como potência mundial.
O comandante do USCENTCOM observou que a atividade da Rússia no Oriente Médio, juntamente com a atividade iraniana, as preocupações da Turquia com a segurança da Síria, as principais barreiras à coalizão liderada pelos EUA para derrotar o Daesh e Al-Qaeda (organizações terroristas proibidas na Rússia e em vários outros países) minam e perturbam a influência de Washington na região.
"Em 2020, a Rússia e a China exportaram crises regionais em curso, as necessidades de infraestrutura financeira, a percepção do declínio do envolvimento dos EUA, e as oportunidades criadas pela COVID-19 para avançar seus objetivos em todo o Oriente Médio", disse McKenzie.
A China importa atualmente cerca da metade do petróleo bruto da região, e continuará expandindo suas relações econômicas e comerciais com os países da região, acrescentou o chefe do USCENTCOM.
EUA e Arábia Saudita
Os EUA continuarão compartilhando inteligência com a Arábia Saudita para ajudar Riad a se defender das ameaças à sua segurança, mas suspenderão o apoio a qualquer operação ofensiva no Iêmen, relatou McKenzie.
"Houve uma série de ataques lançados do Iêmen contra a Arábia Saudita nas últimas semanas. Ajudaremos os sauditas a se defenderem desses ataques, dando-lhes inteligência quando pudermos sobre eles. O que não vamos fazer é ajudá-los a continuar a conduzir operações ofensivas no Iêmen", advertiu Kenneth McKenzie.
Ele acrescentou que o interesse dos EUA no Iêmen é, antes de tudo, contra o terrorismo, sublinhando que o apoio à coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen tornou-se extremamente limitado.
O presidente norte-americano Joe Biden anunciou na quinta-feira (4) que os Estados Unidos estavam acabando com apoio às operações ofensivas lideradas pela Arábia Saudita no Iêmen, mas que continuariam a defender seu aliado contra outras ameaças.
Biden também se comprometeu a intensificar os esforços diplomáticos para resolver o conflito por meios pacíficos, e nomeou o diplomata veterano Timothy Lenderkin como seu enviado especial para o Iêmen.
Na sexta-feira (5), o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita disse que saudava a postura dos EUA de ajudar a resolver a crise no Iêmen por meios políticos.