Ignacio Ybañez, embaixador da União Europeia no Brasil, disse a repórteres que a ratificação do acordo, negociado ao longo de duas décadas, depende das decisões do governo Bolsonaro.
"Precisamos de fatos. Se não houver avanços, não será possível assinar este acordo. Continuaremos demandando do Brasil, até que haja resultados concretos. O Brasil sabe o que precisa ser feito", disse Ybañez, segundo a Reuters.
Luís Faro Ramos, embaixador de Portugal em Brasília, espera que a parceria estratégica e os laços históricos e culturais entre Brasil e Portugal possam ajudar a influenciar o governo brasileiro a assumir os compromissos.
"O Brasil tem de explicar de forma concreta o que vai fazer", disse Ramos.
Em um avanço contra o protecionismo, a UE concordou em junho de 2019 em criar um acordo de livre comércio com o bloco sul-americano. No entanto, a França e o Parlamento Europeu desde então lideraram a oposição contra o tratado, alegando que o Mercosul deveria fazer mais para cumprir seus compromissos climáticos sob o Acordo de Paris e que o Brasil está falhando no combate ao desmatamento na Amazônia.
O governo brasileiro rejeita as críticas de que não está fazendo o suficiente para conter o desmatamento na Amazônia, e argumenta que a pressão da UE sobre o Brasil advém de interesses protecionistas.