Essa opinião foi compartilhada pelo general israelense Tamir Heiman, responsável por comandar o serviço de inteligência das Forças de Defesa de Israel, durante uma coletiva de imprensa citada pelo The Jerusalem Post. De acordo com o oficial, o Irã tem meios para construir uma bomba nuclear dentro de dois anos, caso decida fazê-lo.
Apesar dessas capacidades, o militar considera que, no momento, Teerã espera um retorno dos Estados Unidos ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), o que traria um alívio às finanças iranianas, afetadas por uma série de sanções internacionais adotadas contra o país.
"Em sua situação atual, o Irã considera um acordo nuclear a única saída da crise e, portanto, está tentando voltar ao acordo que assinou em 2015", opinou Heiman.
O novo governo norte-americano insinuou algumas vezes que os EUA estão considerando um renascimento do JCPOA, mas o Irã insiste que Washington deve dar o primeiro passo para as negociações e remover as sanções, já que os Estados Unidos foram os primeiros a abandonar o acordo.
Nesta semana, a secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que os EUA retornariam ao acordo apenas se o Irã cumprisse seus termos, enquanto o presidente americano, Joe Biden, explicou que Washington não pretende remover as restrições comerciais impostas a Teerã até que o Irã pare de enriquecer urânio.
EUA negociam 'frente unificada' com a Europa para discutir programa nuclear do Irã, diz assessorhttps://t.co/TNBcUbpCjY
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) February 4, 2021
O governo iraniano, por sua vez, advertiu que os EUA não têm muito tempo a perder discutindo se voltam ou não para o acordo nuclear, devido a uma lei, aprovada no Irã na esteira do assassinato do físico nuclear Mohsen Fakhrizadeh, que inclui o aumento do enriquecimento de urânio e a suspensão das inspeções das Nações Unidas em suas usinas nucleares se as sanções impostas ao país não forem removidas.