Equipe de cientistas encontrou miçangas de vidro venezianas no Alasca e que aparentemente foram levadas ao Novo Mundo décadas antes dos navios de Colombo, de acordo com a datação por radiocarbono dos objetos encontrados em três locais no Alasca.
As peças encontradas em Punyik Point, um conhecido sítio arqueológico localizado nas antigas rotas comerciais entre o oceano Ártico e o mar de Bering datam aproximadamente de 1440 a 1480, ou seja, décadas antes da famosa viagem de Colombo (1492).
Os autores do estudo, os arqueólogos Michael Kunz, do Museu do Norte da Universidade do Alasca, e Robin Mills, do Escritório de Gestão do Solo, sugerem que a descoberta põe em dúvida a cronologia atualmente aceita da presença na América de artigos coloniais europeus, de acordo com comunicado da Universidade do Alasca.
Para os pesquisadores, a única rota possível seria a da Europa ao noroeste do Alasca, também conhecida como rota da Eurásia, ao longo da Rota da Seda em direção à China, passando pela Sibéria e pelo estreito de Bering, já que não existia a rota transatlântica naquela época, de acordo com o estudo, publicado no jornal acadêmico American Antiquity.
A fabricação do vidro europeu teve origem em Veneza por volta de 700 d.C., e as primeiras menções de contas desse material na cidade italiana datam de 1268 d.C. A maioria dos pesquisadores desse tipo de peça "concorda que qualquer conta desenhada [do tipo analisado no estudo] produzida na Europa do século XV foi feita em Veneza", afirmam os autores.
É de costume arqueólogos encontrarem contas de vidro em sítios arqueológicos que foram vendidos aos nativos americanos por exploradores, que levaram esses e outros artigos coloniais para o comércio com a população local. Um exemplo disso é o holandês Peter Minuit, que incluiu contas como forma de pagamento pela ilha de Manhattan em 1626.