Os EUA venderam mais de um milhão de barris de combustível iraniano apreendidos no ano passado sob seu programa de sanções contra o país persa, afirmou um funcionário do Departamento de Justiça norte-americano, enquanto outro navio interceptado com petróleo bruto iraniano está sendo encaminhado para um porto dos EUA.
"O petróleo foi apreendido e uma venda interlocutória preservou o valor em dinheiro do petróleo, que agora está em poder dos EUA", afirmou Marc Raimondi, porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA, à agência Reuters.
O valor do petróleo apreendido não foi revelado, mas provavelmente valia dezenas de milhões de dólares com base nos preços de referência europeus da gasolina.
Raimondi afirmou ainda que após a liberação do dinheiro, a receita será transferida para o Fundo para as Vítimas do Terrorismo dos EUA. O fundo foi estabelecido pelo governo dos EUA em 2015 e concede indenização a indivíduos que sofreram danos como resultado de um ato de terrorismo internacional por um Estado patrocinador do terrorismo.
Sanções norte-americanas
As apreensões são parte das duras sanções econômicas de Washington a Teerã impostas após o então presidente norte-americano Donald Trump ter retirado os EUA do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), em 2018.
Em uma nova abordagem no ano passado, a administração Trump usou procedimentos de confisco civil para apreender cerca de 1,2 milhão de barris de petróleo que, segundo os EUA, estava sendo enviado do Irã para a Venezuela a bordo de quatro navios-tanque.
Apesar das sanções norte-americanas, o Irã afirmou que em janeiro deste ano bateu recorde de exportação de derivados de petróleo. Em dezembro de 2020, Teerã anunciou que este ano o país planeja extrair 4,5 milhões de barris do petróleo e gás condensado por dia e aumentar exportações de derivados de petróleo para 2,3 milhões de barris por dia.
As exportações petrolíferas do Irã caíram após as sanções, mas a República Islâmica espera que atual presidente norte-americano, Joe Biden, relaxe as restrições após os EUA voltarem ao acordo nuclear.