Além da garrafa d'água, outros pertences enviados a Navalny também estavam contaminados com traços de veneno. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (15) por representantes do governo da Alemanha, que limitaram-se a responder "sim" quando perguntado sobre os resultados das amostras em laboratório.
O governo alemão se recusou a dar maiores informações sobre qual instituição teria confirmado a presença de veneno nos pertences de Navalny e seus aliados.
"A questão está ligada a informações que dizem respeito ao interesse público e, portanto, não pode ser respondida. Nenhuma informação adicional está disponível sobre a garrafa d'água e sobre as agências, e o mesmo se aplica aos outros itens e suas características", disse o governo alemão.
Resposta semelhante foi dada às perguntas sobre quem entregou estes itens às agências do governo alemão e onde os itens estavam sendo armazenados.
O caso Aleksei Navalny
No dia 20 de agosto de 2020, Aleksei Navalny foi hospitalizado na cidade russa de Omsk. Os médicos do hospital de Omsk não encontraram vestígios de veneno em seu sangue ou urina e sugeriram que um mau funcionamento metabólico pode ter causado sua condição.
Dois dias depois, Navalny foi levado de avião para o Hospital Universitário Charité em Berlim, Alemanha, em estado grave. Médicos alemães estabeleceram o diagnóstico preliminar de intoxicação com uma substância do grupo de inibidores da colinesterase. Países no Ocidente acusaram Moscou de envenenar Navalny; entretanto, não foram entregues à Rússia documentos oficiais sobre os resultados da análise.
Em 2 de setembro, o porta-voz do governo alemão Steffen Seibert relatou que exames toxicológicos realizados por um laboratório das Forças Armadas da Alemanha mostraram que o oposicionista russo tinha sido envenenado com uma substância do grupo Novichok.
Em 17 de janeiro, Navalny foi preso em Moscou após regressar de avião vindo da Alemanha, sendo acusado de violar condições de pena suspensa de prisão. Aliados do opositor convocaram ações não autorizadas em apoio a Navalny depois que o ativista foi colocado sob custódia de 30 dias.