Os dados foram publicados nesta segunda-feira (15) em um estudo inédito realizado pelo Made-USP (Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo).
De acordo com o estudo, a cada R$ 100 transferidos do 1% mais rico para os 30% mais pobres elevaria a renda agregada em R$ 109. Como resultado, os economistas estimam que o impacto positivo sobre o PIB seria de 2,4%.
"Enquanto uma transferência de R$ 1,00 de renda adicional para os 10% mais pobres resultaria, em média, em uma alocação média de R$ 0,87 em consumo, para o 1% mais rico esse valor seria de apenas R$ 0,24, sendo a maior parte convertida em poupança", explica o estudo.
Os pesquisadores argumentam que a parcela mais pobre da população brasileira tem dificuldades consideráveis de conseguir se manter e comprar itens básicos, como alimentos.
"Dessa forma, não é nada surpreendente que uma transferência de renda destinada aos mais pobres tenha um efeito significativamente maior sobre o consumo do que uma que abarque os mais ricos", completaram os pesquisadores.
O estudo foi feito com base nos dados da POF do IBGE (Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2017-2018.