A China está explorando a limitação da exportação de minerais de terras raras, que são cruciais para a fabricação de caças F-35 e outros armamentos sofisticados norte-americanos, de acordo com pessoas envolvidas em uma consulta governamental ouvidas pelo jornal Financial Times.
"O governo quer saber se os EUA podem ter problemas para fabricar caças F-35 se a China proibir as exportações", afirmou um assessor do governo chinês à mídia. Executivos da indústria acrescentaram que Pequim queria entender melhor com que rapidez os EUA poderiam garantir fontes alternativas de terras raras e aumentar sua própria capacidade de produção.
De acordo com o jornal, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China elaborou projetos de controle sobre a produção e exportação de 17 minerais de terras raras em janeiro. O país controla cerca de 80% do fornecimento global de minerais, vitais para a produção de armamentos avançados.
Aviões como o F-35 dependem fortemente de terras raras para componentes críticos, como sistemas de energia elétrica e ímãs. Citando documentos, o jornal diz que cada F-35 exigia 417 kg de materiais de terras raras.
A movimentação chinesa segue a deterioração das relações sino-americanas e uma guerra de tecnologia emergente entre os dois países. A administração do ex-presidente Donald Trump tentou dificultar que empresas chinesas importassem tecnologia norte-americana sensível, como semicondutores de alta tecnologia. O atual presidente dos EUA, Joe Biden, sinalizou que também restringirá certas exportações, mas trabalhará mais estreitamente com os aliados.
Em setembro, os EUA revelaram planos de investir mais de US$ 120 milhões (aproximadamente R$ 644 milhões) em programas de exploração de minério de carbono, terras raras e minerais críticos.